FOTO: Reprodução / Twitter

“É difícil ver sua filha retratada como lixo”, disse Sônia Moura, sobre a “representação” da filha, Eliza Samúdio, morta em 2010, como um saco de lixo em uma publicação de uma foto de um cliente fantasiado de goleiro Bruno. Veja a foto acima.

A postagem foi feita por um bar de Manaus e ocorreu segunda-feira (1º). O caso ganhou repercussão nas redes sociais. Em vídeo divulgado pela proprietária do estabelecimento, ela afirma que o funcionário que fez o post foi afastado.

Procurada pelo g1, a mãe de Eliza Samúdio, Sônia Moura, que mora em Mato Grosso do Sul, relembrou do momento em que recebeu a notícia da “brincadeira de mau gosto”.

“Olha, triste, muito triste! Muito indignada pelo comportamento desse ser humano. A pessoa foi infeliz. Não sei o que está acontecendo hoje com o ser humano, é terrível”, detalhou com a voz embargada.

Sônia que contou ao Bruninho, filho de Eliza com o ex-goleiro Bruno, sobre a fantasia registrada em Manaus. “Eu consegui fazer com que ele [Bruninho] não visse. Conversei e falei a respeito do que estava ocorrendo, até para preparar ele. Na escola pode haver comentários. Ele ficou assustado comigo, pensando que eu não estava bem”, relembrou.

Não é a primeira vez que pessoas utilizam do drama para se fantasiarem. “Quando vi, me remeteu a um sofrimento de 2018, que tinha uns estudantes que fizeram uma postagem semelhante”, retomou.

Em 2018, estudantes de Minas Gerais foram a uma festa fantasiados de Bruno e Macarrão. No registro feito Inconfidentes (MG), gerou polêmica nas redes sociais, pois ainda mostrava um dos jovens segurando um saco preto com o nome de Eliza Samúdio.

Sônia informou que as medidas jurídicas contra o caso de Manaus já estão sendo providenciadas. “Nós vamos processar, não sei como pessoas fazem coisas como essa, mexem com uma dor profunda”.

A advogada que representa Bruninho e Sônia, na área de crimes digitais, Mônica de Moura Castro, frisou que já iniciou o processo cível. “Conversamos com o delegado de Manaus. O rapaz que se fantasiou se voluntariou a prestar esclarecimentos. Estamos esperando o dono do bar, se não for de forma voluntária, deve ser intimado”.

Para a advogada da família, além de ferir preceitos na área penal e civil, o dono do bar e o rapaz que aparecem na foto feriram o código de defesa do consumidor. “Como a publicação foi feita com tom comercial e nas redes sociais, temos que acionar esta instância”.

Já sobre o caso de Minas Gerais, Castro explicou que o caso não prescreveu, então, medidas jurídicas serão tomadas contra as pessoas que se fantasiaram fazendo alusão à morte de Eliza Samúdio

“O dano está configurado. Esperamos que isso não repita. O direito da família será preservado e se houver alguma ameaça, todas as medidas serão tomadas com rigor”, finaliza a advogada. (G1)