Ao lado de Eduardo Braga, candidato a governador, Lula deixou claro quais são seus compromissos com o Amazonas e com a Amazônia
Em visita a Manaus, o candidato a presidente do Brasil pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Inácio Lula da Silva, disse que a fiscalização das fronteiras brasileiras será prioridade em seu governo, assim que confirmada sua vitória nas urnas.
Durante visita na tarde de hoje (31), ao Museu da Amazônia (Musa), no bairro Nova Cidade, Lula falou que estados e prefeituras irão se envolver nessa luta. Ele estava acompanhado do candidato ao Governo do Amazonas pela coligação “Em defesa da vida”, Eduardo Braga (MDB).
“Não queremos criar um sistema de segurança que alije os estados. Nossa intenção é aumentar a fiscalização, fazendo com que a Guarda Nacional, que pretendemos criar, ocupe todos os espaços. São 16 mil quilômetros de extensão da Argentina até a Guiana Inglesa”, ressaltou.
Ao ser questionado sobre as ações de seu governo em prol do meio ambiente, o candidato pelo PT falou da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, localizada na bacia do rio Xingu, próxima ao município de Altamira, no estado do Pará. Frisou que o empreendimento tem um terço do que estava previsto no projeto inicial.
“Vai ter gente dizendo que o Lula foi irresponsável, que fez uma hidrelétrica de um fio d’água ao invés de ser um lago como Itaipu. Não temos como fazer mais nada a respeito mas, graças a Deus e aos avanços tecnológicos, podemos contar com outras opções energéticas no país e no mundo como a energia eólica, a solar e, mais recentemente e ainda em discussão, o hidrogênio verde e biomassa como formas de matrizes energéticas no Brasil”, informou o candidato.
Ibama
Lula também falou da importância de fazer voltar a funcionar a contento o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Vamos colocar mais funcionários para trabalhar e quem estará à frente do Ibama não precisa ser, necessariamente, um loiro, alguém do Mato Grosso ou do Sul do País. Pode ser um indígena”, frisou, sendo muito aplaudido por lideranças indígenas que se encontravam no Musa acompanhando a visita do candidato.
Sinésio Ticuna Trovão, presidente da Federação das Organizações dos Caciques e Comunidades indígenas Ticuna (Foccit), do município amazonense de Santo Antônio do Içá, falou que os candidatos à presidência da República, quando falam de projetos ligados à questão indígena, precisam consultar as diversas etnias existentes no Brasil.
“Os povos indígenas do Amazonas são diferentes dos povos do Mato Grosso e de outras localidades brasileiras. Só então pode começar a ser pensada essa questão tão ampla”, disse Sinésio, reforçando que a intenção dos indígenas não é atrapalhar o desenvolvimento sustentável do país. “Queremos participar por meio de consulta. Se houver esse diálogo, podemos sugerir de que forma poderemos ajudar”, avisou.
Sinésio pediu ao candidato Lula que, se eleito, olhasse com carinho para os povos indígenas da região amazônica. “Ouvi dizer que vai ter hospital até para animais. Então, por que também não ter um para atender nossos povos?”, questionou ao lembrar da proposta do governador atual do Amazonas de construir um hospital para pets.
O candidato Eduardo Braga fez questão de deixar sua mensagem a Lula. “Presidente, nós ouvimos aqui algo que resume bem o que o senhor representa para todos nós. Das pessoas que vivem na floresta e dependem dela para viver, sobreviver e sustentar a sua família. O senhor representa pra nós a esperança de uma resposta. E a resposta que todos esperamos vem do senhor, e nós apostamos nisso, e que possamos, mais uma vez, valorizar a vida. E esperamos que ano que vem o senhor seja o nosso presidente da República”, afirmou Braga.
Preservação como meta
Eduardo Braga ao longo de dois mandatos consecutivos como governador do Amazonas, 2003-2010, estabeleceu como meta a proteção da natureza sem esquecer do homem amazônico. A preservação do meio ambiente sempre foi prioridade durante o seu governo. Prova disso foi a criação da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) por ele, em 20 de dezembro de 2007. “No final de 2022, a FAS completará 15 anos de existência. Graças a mim, por tê-la criado, e à ela própria por suas ações, vemos o meio ambiente sendo protegido e o homem amazônico sendo capacitado para evitar sua destruição”, frisou o candidato ao Governo do Amazonas.
Com informações da assessoria