O presidente Lula (PT) em discurso na Cúpula do Mercosul - Foto: CanalGov

O presidente Lula (PT) fez um alerta hoje sobre as ameaças e ataques dos Estados Unidos na Venezuela, durante a cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu (PR).

Sem citar nominalmente os EUA, Lula abriu o discurso lamentando interferência externa na América do Sul. “Uma intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério e um precedente perigoso para o mundo”, disse o presidente.

Ao menos cinco caças dos EUA sobrevoaram uma região próxima a Venezuela na quinta (18). Nenhum deles chegou a voar sobre o território venezuelano, mas estiveram a poucos quilômetros.

“Os limites do direito internacional estão sendo testados”, criticou. “Passadas mais de quatro décadas desde a Guerra das Malvinas, o continente sul-americano volta a ser assombrado pela presença militar de uma potência extra-regional”, afirmou o presidente.

O presidente norte-americano, Donald, Trump disse que não descarta uma guerra com o país. Em entrevista a uma rede local nesta semana, o republicano afirmou ainda que haverá novas apreensões de navios petroleiros, em meio ao bloqueio total aos que estão sob sanção. Questionado sobre uma data de previsão, ele respondeu: “Depende. Se eles forem tolos o suficiente para continuar navegando, vão acabar voltando para um dos nossos portos.”

A tensão entre EUA e Venezuela está em um nível que tem preocupado o Brasil. Há uma semana, os EUA apreenderam um navio petroleiro na costa do país, dizendo que o setor “financia as atividades do regime de Maduro”.

Apesar da aproximação com Trump, Lula tem sido crítico à postura norte-americana e tentado ser um interlocutor entre ambos. No início do mês, conversou com os dois por telefone e procurou pregar a paz para que o conflito não escale para uma guerra.

Na cúpula, Lula lamentou ainda a falta de acordo do Mercosul com a União Europeia. Lula tinha a expectativa de finalizar o acordo neste sábado, durante sua presidência, mas países europeus têm resistido. Agora, a expectativa é que a assinatura fique para janeiro.

*Com informações de Uol