Insegurança alimentar moderada ou grave atinge 9,4% dos domicílios do Brasil - Reprodução / Agência Brasil

A insegurança alimentar diminuiu no Brasil em 2023, mas ainda atinge 27,6% dos lares brasileiros, de acordo com dados da PNAD Contínua divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento mostra que a segurança alimentar no Brasil cresceu 9,1 pontos percentuais (p.p.) em relação à última pesquisa realizada pelo IBGE. A pesquisa anterior, realizada nos anos de 2017 e 2018, apontava que 63,3% dos domicílios estavam situação de insegurança alimentar.

Até o quarto trimestre de 2023, o Brasil tinha 72,4% (ou 56,7 milhões) dos seus domicílios em situação de segurança alimentar, segundo a PNAD.

Dentre os lares com insegurança alimentar, 18,2% (ou 14,3 milhões) são classificados com insegurança alimentar leve; 5,3% (ou 4,2 milhões) com insegurança alimentar moderada; e 4,1% (ou 3,2 milhões) com insegurança alimentar grave.

Na pesquisa de 2017-2018, 36,7% dos domicílios do país estavam em insegurança alimentar, sendo 24,0% com insegurança alimentar leve, 8,1% com insegurança alimentar moderada e 4,6% com insegurança alimentar grave.

Em 2023, os domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave somam 9,4% recuando 3,3 pontos percentuais em relação aos dados de 2017-2018 (12,7%), mas ainda 1,6 acima da PNAD 2013 (7,8%).

Segundo o levantamento, metade (50,9%) dos domicílios com a insegurança moderada ou grave tem o rendimento per capita menor do que meio salário mínimo.

Regiões

As menores proporções de segurança alimentar estão nas regiões Norte e Nordeste, enquanto o Sudeste, Sul e Centro-Oeste tem as maiores.

  • Norte (60,3%)

  • Nordeste (61,2%)

  • Sudeste (77,0%)

  • Sul (83,4%)

  • Centro-Oeste (75,7%)

Gênero

Nas casas chefiadas por mulheres, a insegurança alimentar soma 59,4%, enquanto as chefiadas por homens totalizam 40,6%. A diferença é 18.8 pontos percentuais.

Cor

Ainda, 42,0% dos domicílios do país têm como responsáveis pessoas brancas. Em 12,0% a casa era chefiada por uma pessoa preta e em 44,7%, parda.

As residências com insegurança alimentar tem 29,0% dos responsáveis brancos, 15,2% pretos e 54,5% pardos.

Insegurança alimentar e a fome

De acordo com a Escala Brasileira de Medida Domiciliar de Insegurança Alimentar (Ebia), a insegurança alimentar grave pode também ser caracterizada pela fome , além da redução da quantidade de alimentos para todos os membros da família, inclusive das crianças.

Contudo, nem sempre a insegurança alimentar e nutricional refere-se à falta de comida na mesa, mas é sobre também a qualidade dos alimentos disponíveis naquele domicílio.

Esta realidade se torna ainda mais clara quando a sociedade brasileira enfrenta mudanças sociais que impactam diretamente os hábitos alimentares, sendo a vulnerabilidade social um elemento de risco para uma alimentação inadequada.

*Com informações de IG