Victor Han - Foto: Reprodução / Instagram @victorhan

Victor Han, de 29 anos, surpreendeu o público ao expor como tem sido a vivência dele, enquanto um homem homossexual, na Coreia do Sul. Retraído, ele ainda admitiu que “voltou para o armário” e narrou como pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ escondem a sexualidade.

“Como é ser LGBTQ na Coreia do Sul? Venha ver. Pois é, amigos, o assunto de hoje é bastante polêmico, só que não, mas é porque sempre quando abre uma caixinha de pergunta, vem alguém me perguntar, como é ser LGBT na Coreia do Sul. Nessa última temporada que passei na Coreia, eu fiquei meio podre das ideias e até voltei para dentro do armário e vocês vão entender o porquê”, começou.

“Então só para contextualizar, a primeira coisa que achei estranho, mas eu também não sabia, é porque no Tinder, na Coreia, quando você vai ver os perfis, os homens não colocam os nomes verdadeiros deles, eles colocam símbolos, uns nomes falsos e no começo achava que era uma coisa conceitual, mas eu descobri que eles fazem isso justamente para que a família, o pessoal do trabalho não descubra. Tipo, essa parte de você tem que estar fragmentada do resto”, acrescentou.

Sexualidade fragmentada

Segundo ele, há espaços em que LGBTs conseguem se expressar, sem sofrer preconceito. Contudo, a sensação é que os membros da comunidade precisam viver uma vida dupla. A primeira consiste em “esconder” a própria sexualidade. A segunda é nos momentos em que não precisam fingir ser héteros.

“Tem lugares que é bem de boa, mas parece que você tem que viver uma vida dupla, tripla, sabe? Tem um círculo social que sabe de você, mas a sua família, pessoal do trabalho, etc, não pode. E não é que a galera precisa ter uma fita aqui escrita: ‘Sou gay’. Mas a parte, o ato de você esconder traz sequelas porque quem sabe, porque nenhum hétero precisa se dividir, por exemplo”, argumentou.

“Lá, você não vê nada sobre pessoas sendo abertas referente à sua sexualidade. É tudo sempre debaixo do tapete, é não tem ninguém na mídia que fala ou só é, sabe, abertamente sobre. Eu acho que aqui no Brasil é muito mais avançado nesse sentido. Então aqui você vê artistas, influencers de tudo que é canto. Tem a Ludmilla, tem a Boca Rosa, tem a Anitta. Tem um monte de gente na mídia vivendo a sua verdade de boas, sabe? E na Coreia não tem. Então comecei a me sentir um alienígena, juro”, desabafou.

Por fim, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas, Victor disse que a situação de pessoas LGBTQIAPN+ tem avançado no país. Ele ainda citou o reconhecimento de casais homoafetivos como cônjuges, algo estabelecido somente em outubro deste ano. O casamento, contudo, ainda não é legalizado.

*Com informações de IG