Serere Xavante foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes. (Imagem: Reprodução)

Um grupo de indígenas furou bloqueio e invadiu a marquise do STF (Supremo Tribunal Federal) no começo da noite de sábado (24).

Inicialmente, o ato foi considerado pacífico. Mas, no final da noite, a PM-DF (Polícia Militar do Distrito Federal) informou que ao menos dez pessoas foram detidas com: estilingues, bolinhas de gude, facas e rádios transmissores.

Procurada pelo UOL, a Suprema Corte disse que não iria se manifestar.

Por que houve a ação no STF?

O grupo queria pedir a soltura do cacique José Acácio Serere Xavante, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes devido a atos antidemocráticos.

Eles saltaram o primeiro alambrado que cerca a sede da Suprema Corte, mas não chegaram a entrar no prédio. (Assista aos vídeos abaixo)

Ao UOL, a PM-DF informou que a manifestação foi pacífica e começou por volta das 18h30. Os militares negociaram com os indígenas, que aceitaram deixar o local.

Por volta das 21h30 deste domingo, porém, policiais militares foram “informados sobre um grupo de manifestantes que seguiam em direção ao STF”, disse a corporação em nota.

As pessoas detidas foram levadas à 5ª Delegacia, “onde foi confeccionado um Termo Circunstanciado de Ocorrência pelo porte de arma branca”.

De acordo com a PM, os detidos “fariam um protesto no STF por conta da manutenção da prisão do indígena Serere Xavante”.

Quando o cacique foi preso?

A prisão do cacique provocou uma série de ataques de extremistas bolsonaristas, que queimaram ônibus e carros no centro de Brasília no último dia 12.

O grupo também tentou invadir a sede da PF (Polícia Federal) na capital, mas foram afastados pela Polícia Militar.

Por que o indígena foi detido?

Serere foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes por suspeita de ameaça de agressão e de perseguição contra o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A decisão atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República.

Segundo investigações da PF, Serere realizou manifestações de cunho antidemocrático em diversos locais da capital federal, como em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília, no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estão hospedados o presidente e o vice-presidente da República eleitos.

“A manifestação, em tese, criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos”, registrou a PGR.

Moraes ressaltou que as condutas do investigado apresentam “agudo grau de gravidade” e que Serere Xavante convocou expressamente pessoas armadas para impedir a diplomação dos eleitos.

*Com UOL