Ibama reforçou fiscalização na terra indígena ianomâmi - Foto: Ibama / Divulgação

Fiscais do Ibama foram atacados com armas de fogo pelo menos dez vezes na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, entre fevereiro e dezembro de 2023. O instituto divulgou nesta sexta-feira, 5, um balanço das ações realizadas para combater o garimpo ilegal no território, alvo de milhares de invasores durante o governo de Jair Bolsonaro.

O órgão não informou se os fiscais ficaram feridos. O Ibama realizou 310 ações de fiscalização ambiental entre fevereiro e dezembro de 2023, que resultaram na redução de 85% das áreas para mineração ilegal, em comparação ao mesmo período de 2022. As operações incluem bloqueio do fluxo de suprimentos para a mineração ilegal e apreensão e inutilização da infraestrutura empregada na mineração ilegal.

Conforme o balanço divulgado pelo instituto, 361 acampamentos de garimpeiros foram destruídos na região em 2023. Também foram apreendidas 33 aeronaves, 310 motores, 32 balsas, 43 barcos, seis veículos, três tratores, 82 motores, 170 equipamentos de comunicação, 151 estruturas logísticas e portos de apoio, além de 37 toneladas de cassiterita, 48.300 litros de combustível, 45 motosserras, 87 geradores de energia, 6,3 quilos de mercúrio, 838 gramas de ouro, 5.000 metros de mangueiras, catorze armas de fogo e 451 cartuchos de munição.

O governo Lula — incluindo Ibama, Polícia Federal e Forças Armadas — iniciou uma megaoperação na região em fevereiro, quando veio a público a crise sanitária vivida pelos ianomâmis. O Ibama assegurou que continuará atuando fortemente na área e seu entorno até eliminar a mineração ilegal naquele território.

Lideranças indígenas afirmaram que a atuação das forças de segurança diminuiu e garimpeiros começaram a retornar ao território no fim do ano. “A situação da terra indígena está voltando a ser como era porque a atuação das forças de segurança diminuiu. No começo do ano, o governo quase zerou o número de garimpeiros. Nos últimos trinta dias, muitos estão retornando”, afirmou Junior Hekurari Yanomami, presidente da associação Urihi Yanomami e do Conselho Distrital de Saúde Indígena local, em outubro.

*Com informações de Veja