Geraldo Alckmin comendo a coxinha de Ana Maria Braga; vice-presidente foi entrevistado no Mais Você - Foto: Reprodução / TV Globo

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) foi o convidado da manhã desta quinta (31) do Mais Você. Além de detalhar a política tarifária estabelecida contra o Brasil pelo presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, o político também aproveitou o café da manhã recheado do matinal da Globo e experimentou as famosas coxinhas de Ana Maria Braga.

Antes de destrinchar o assunto político e econômico, ele teceu diversos elogios ao quitute, e descreveu a coxinha como “campeã, impressionante, deliciosa e maravilhosa”.

Na sequência, uma reportagem de Fabricio Battaglini explicou resumidamente como funcionará o tarifaço imposto por Trump: na quarta (30), ele antecipou o anúncio do pacote de tarifas em 35 horas. Agora, os EUA aplicam sobre produtos exportados pelo Brasil 40% de tarifa, adicionados aos 10% já anunciados em abril deste ano.

“Trump disse que ações do governo do Brasil ameaçam a economia, a política externa e até a segurança nacional dos Estados Unidos. Voltou a relacionar o tarifaço à ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado”, detalhou o repórter.

“Trump também citou o ministro do supremo, Alexandre de Moraes, e repetiu que autoridades brasileiras tentam forçar plataformas on-line dos EUA a censurar usuários”, acrescentou.

Alckmin explicou que, atualmente, os Estados Unidos são o segundo maior comprador do Brasil, perdendo apenas para a China. “O país é importante porque ele é o primeiro investidor do Brasil e é pra onde a gente vende mais produtos industriais, manufatura, valor agregado. Quando diz que a tarifa vai ser 50%, você tem que pagar para o governo americano 50% de tarifa para o produto entrar”, comentou o vice-presidente.

A decisão surgiu como uma surpresa e, segundo o político, é totalmente injustificada. “Porque nós vendemos para os EUA, e eles vendem para nós. Eles vendem muito mais para a gente, do que a gente para eles. Reino Unido, Austrália e Brasil são os três países que eles têm superávit na balança”, disparou.

“Dos 10 produtos que eles mais exportam para nós, oito a tarifa é zero, não paga nada para entrar no Brasil. Por isso que é injusto”, revelou.

A conversa entre Geraldo Alckmin e Ana Maria Braga já estava marcada antes mesmo de Donald Trump assinar a ordem executiva – Foto: Reprodução / TV Globo

Alckmin explicou que, no fim das contas, a decisão do presidente norte-americano vai afetar 35% de produtos exportados pelo país, e a orientação do presidente Lula (PT) é seguir tentando uma negociação.

Na noite de quarta (30), Lula se reuniu com os ministros para uma reunião, e Alckmin revelou as conclusões que saíram da conversa. “Ele fez um documento respondendo, fazendo uma prestação de contas. Ele deixou claro que não tem relação política tarifária com decisão do Poder Judiciário. Na democracia, o Estado de direito, os poderes são separados: você não interfere”, ponderou.

“Quer dizer, ninguém pode meter o bedelho na nossa política interna e jurisprudência. Você não pode dizer ao juiz brasileiro o ue ele pode fazer ou delegar”, reforçou Ana Maria Braga.

“Exato. Você imagine que a Suprema Corte americana faz um processo contra um ex-presidente. O Brasil fala: ‘vou aumentar a tarifa dos produtos americanos que entrarem aqui porque eu não gostei da decisão, ou não gostei do processo’. Não tem justificativa legal”, disparou o vice.

“Os três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário dão solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes, porque não pode punir um juiz por cumprir o seu dever”, finalizou.

Elogios de César Tralli

Ana Maria Braga convidou o âncora do Jornal Hoje, César Tralli, para a mesa com Geraldo Alckmin. Antes do papo, o jornalista teceu elogios ao ex-governador de São Paulo.

“Imagina quantas vezes eu fui ao Palácio dos Bandeirantes para pegar informações com o governador de então. Muitas vezes ele dizia: ‘você de novo, Tralli, aqui?’. E eu respondia: ‘doutor, função de repórter é isso, tenho que ir direto à fonte'”, contou o jornalista.

“O bom do Dr. Geraldo, pelo menos na época em que ele era governador, é que não tinha enrolação. Você tomava um chá de cadeira, ficava esperando às vezes duas horas para sentar com ele para conversar, mas também quando sentava, ele respondia tudo. Saía de lá cheio de pauta e informação boa”, afirmou.

*Com informações de Notícias da TV