Especialistas internacionais viajaram ao Sri Lanka para se juntar às equipes que se preparam, há vários dias, para um possível derramamento de petróleo de um navio cargueiro que sofreu um grande incêndio por quase duas semanas antes de naufragar parcialmente na costa de Colombo, anunciou seu proprietário nesta sexta-feira (4).
Trata-se de especialistas pertencentes às duas principais organizações financiadas por armadores para combater a poluição e derramamentos de petróleo causados por navios – a International Tanker Owners Pollution Federation Limited (ITOPF) e a Oil Spill Response (OSR) – anunciou a X-Press Feeders, empresa proprietária do cargueiro MV X-Press Pearl.
“Eles vão atuar em coordenação com a Autoridade de Proteção Ambiental Marinha do Sri Lanka (MEPA) e com a Marinha do Sri Lanka para lidar com um possível derramamento de petróleo ou outra poluição”, acrescentou a companhia.
Seu CEO, Shmuel Yoskovitz, pediu desculpas ao Sri Lanka pela catástrofe. O navio queimou por 13 dias e inundou as praias turísticas da ilha e as águas circundantes com milhões de grânulos de plástico que carregava, o que provocou a emissão de uma ordem de proibição de pesca, importante na região.
“Quero expressar meu profundo pesar e pedir desculpas ao povo do Sri Lanka pelos danos causados aos seus meios de subsistência e ao meio ambiente do Sri Lanka”, declarou Yoskovitz ao Channel News Asia.
O mar agitado desta sexta-feira impede que os mergulhadores se aproximem para verificar o casco do navio, cuja popa agora repousa no fundo do mar a uma profundidade de cerca de 21 metros, enquanto a parte dianteira afunda lentamente.
E se, no momento, ainda não há nenhum sinal visível de vazamento das 350 toneladas de combustível que o navio carregava, os especialistas estimam que o risco de derramamento de petróleo e de produtos químicos tóxicos permanece alto, tendo em vista o manifesto de navegação do navio revelando uma carga de grande quantidade de lubrificantes, além de 81 contêineres com “carga perigosa”, incluindo ácido nítrico e chumbo.
Um navio indiano com equipamento especializado já está no local para conter um eventual vazamento de petróleo antes que ele alcance a costa.
Dispersantes de petróleo e barreiras flutuantes estão prontos para responder imediatamente ao menor sinal de vazamento.
O capitão do porto, Nirmal Silva, declarou na quinta-feira que nenhum vazamento havia sido detectado até agora.
“Olhando a forma como o navio pegou fogo, a opinião dos especialistas é que o combustível pode ter queimado, mas ainda estamos nos preparando para o pior cenário”, explicou. (AFP)