Idesam é responsável pela coordenação do Programa Prioritário de Bioeconomia

Inovação, bioeconomia e negócios de impacto na Amazônia foram assuntos do podcast do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM) desta semana, que teve como convidado o diretor de Inovação em Bioeconomia do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), Carlos Gabriel Koury.

O engenheiro florestal conta que o Idesam possui três linhas de ações gerais: trabalho socioprodutivo, com desenvolvimento de cadeias produtivas com comunidades no campo e na floresta; aceleração de negócios, por meio da Amaz, a maior aceleradora de negócios de impacto do Norte do país; e o eixo de inovação em bioeconomia, que busca fazer incubação de negócios e apoiar que o conhecimento local se converta em soluções de mercado para resolver gargalos produtivos na Amazônia.

“Com essa bagagem de atuação, nós entramos em um edital da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), para ser coordenadores do Programa Prioritário de Bioeconomia; é uma das agendas que o governo criou como prioridade para diversificação dos investimentos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Polo Industrial de Manaus (PIM)”, explica.

Segundo Koury, o Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio) foi criado pelo Governo Federal para como uma forma de facilitar a diversificação dos investimentos feitos pelas empresas do Polo Industrial de Manaus, que têm como obrigação investir 5% do seu faturamento na área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI).

“Em quatro anos de projeto, foram R$ 127 milhões captados com as empresas e reinvestidos nos negócios. Já são 34 negócios, entre concluídos e em andamento, e a gente quer colocar mais 22 projetos, com essa iniciativa de fortalecer a cadeia produtiva e sair desse esforço que é superar os gargalos da Amazônia”, pontua Koury.

Entre exemplos de projetos que foram contemplados pelo PPBio estão o “caviar amazônico”, da startup Amanayra, e a Simbioze, marca de cosméticos 100% naturais da startup Biozer da Amazônia.

“Existe conhecimento para a gente enriquecer e diversificar as cadeias produtivas da Amazônia, mas esse conhecimento precisa de apoio em recurso para que saia do formato de pesquisa e vire soluções de mercado, seja na inclusão socioprodutiva, seja nas soluções de gargalo, seja na agregação de valor que aconteça na Amazônia com o conhecimento local”, diz o engenheiro florestal.

Desafios e soluções

Para a inovação em bioeconomia avançar na Amazônia, na visão de Koury, é necessário que haja cada vez mais o fortalecimento de políticas públicas para essa área de atuação, com olhar especial para a agregação de valor nas cadeias produtivas, ou seja, a diversificação de produtos e serviços que os pequenos empreendedores possam oferecer ao mercado local, nacional e internacional.

“A política pública, olhando para essa forma diferenciada de não ver só a comunidade e a exportação, mas ver vários elos da cadeia disponíveis. A gente precisa ajudar esses negócios a ficarem vivos, continuar um programa de fomento para novos negócios e facilitar o pós-incentivo. É muito importante que o governo abrace essa causa e continue ofertando opções para que os pequenos negócios consigam crescer”, afirma.

Outro desafio pontuado por Koury é a necessidade de investimentos em projetos de médio prazo, que tragam resultados mais consolidados para a economia da Amazônia.

“Em pouco menos de 100 anos, nós nos constituímos como a maior produtora de celulose do mundo; a soja no cerrado avançou da mesma forma, mais de 50 anos de ação na Embrapa posicionou o agronegócio no mundo. A Amazônia precisa dessa mesma dedicação, uma agenda de médio prazo que a gente entenda que precisa de um tempo de apoio, subsídio e fomento para que essas agendas se consolidem”, diz.

Submissão de propostas

Para que um projeto seja contemplado pelo PPBio, é necessário comprovar a viabilidade de uma ideia inovadora. Propostas podem ser enviadas a qualquer momento pelo site www.bioeconomia.org.br.

“Normalmente as pessoas enviam em versão de pitch, em Powerpoint ou PDF, a gente agenda uma reunião, conversa e havendo viabilidade, a gente envia um material para ele preencher, ele passa a fazer parte do nosso banco de projetos, e nós vamos deixando disponível para as empresas olharem e apoiarem”, explica.

“A gente aqui, por meio do Conselho Regional de Economia, desde já nos colocamos à disposição do Idesam no que for preciso para somar, debater economia, Amazônia, para estar justamente contribuindo com isso. Você que está nos acompanhando, caso você tenha um projeto de pesquisa, o Idesam está de portas abertas para lhe assessorar da forma que for preciso”, pontua o economista do Corecon-AM, Judah Torres.

Sobre o podcast

O Corecast é um programa semanal, apresentado pelo presidente do Corecon-AM, economista Marcus Evangelista. A cada episódio, personalidades do Estado são convidadas para falar sobre assuntos relacionados à atuação da Economia local e regional. Para conferir o último episódio na íntegra, basta acessar https://youtu.be/HTYo4xsThS0.

O programa é produzido e transmitido pelo Studio Amazônia Podcast (@studioamazoniapodcast), localizado na rua Urucará, 828, Cachoeirinha. Para acompanhar o programa e enviar feedbacks e sugestões de pauta, acesse os canais oficiais do Corecon-AM no Youtube, Instagram e Facebook (@coreconam).