Lula cumprimenta o presidente da Venezuela Nicolás Maduro - Foto: Ricardo Stuckert

O Brasil voltará a ter serviços aéreos com linhas diretas para a Venezuela, depois de sete anos sem rotas entre os dois países. Membros do alto escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva revelaram ao UOL que a GOL voará para Caracas e que o anúncio pode ocorrer ainda no mês de setembro, como parte da reaproximação entre os dois países e a normalização da relação entre os vizinhos.

Procurada, a empresa aérea preferiu não comentar e não dar detalhes sobre datas de quando essa retomada seria estabelecida.

Tanto a cúpula da Apex quanto do Ministério do Turismo confirmam que a conexão aérea está assegurada, num passo considerado como fundamental para permitir inclusive o relançamento das relações comerciais entre Brasil e Venezuela.

Desde o dia 1 de agosto, a LATAM já havia retomado o voo. O trajeto passa antes por Lima, no Peru. “O voo é operado todos os dias a partir do aeroporto de Guarulhos (São Paulo) com conexão em Lima (Peru), em uma viagem com duração total de 11h10”, afirmou a empresa.

Em 2016, as empresas que faziam a conexão São Paulo-Caracas interromperam os serviços por três motivos: a dificuldade de repatriar o dinheiro obtido das vendas de passagens, as sanções comerciais impostas por americanos contra o governo de Nicolas Maduro e falta de rentabilidade.

No auge da crise venezuelana e diante do controle de câmbio, o país passou a acumular uma dívida com empresas aéreas internacionais que chegava a US$ 3 bilhões.

Quando a GOL suspendeu os voos, em fevereiro de 2016, a empresa brasileira pedia a repatriação de recursos no valor de R$ 351 milhões.

Uma das poucas formas de voar para a Venezuela passou a ser uma rota entre Manaus e a cidade mineradora de Puerto Ordaz, por meio da empresa Conviasa. Mas a companhia também deve ao Brasil, por conta da compra de aeronaves da Embraer.

Agora, a retomada ocorre depois de um apelo feito pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vem costurando a voltar do Brasil à realidade econômica e política do vizinho.

O brasileiro recebeu Nicolas Maduro, reabriu os consulados e embaixada que tinham sido fechadas e passou a renegociar as dívidas que os venezuelanos tinham com o país.

Mais recentemente, em Paris, Lula esteve em uma reunião com chefes de estado da América do Sul, Europa e representantes da oposição venezuelana e do governo de Maduro para iniciar um trabalho que garanta a realização de eleições transparentes e justas na Venezuela em 2024.

*Com informações de Uol