Conheça as curiosidades e comportamentos das capivaras - Foto: Freepik / Reprodução

As capivaras conquistaram a simpatia dos brasileiros e das redes sociais com seu jeito tranquilo à beira d’água.

Porém, por trás da aparência dócil, há uma espécie extremamente sociável, organizada em grupos e que demanda atenção e respeito ao seu comportamento natural.

A bióloga Mayara Oliveira explica que a capivara é o maior roedor do mundo, capaz de chegar a 70 kg e ultrapassar 1 metro de comprimento, o que já a torna uma espécie bastante singular.

“São animais herbívoros, vivem próximos a lagos, rios, represas e são encontrados em praticamente todos os biomas brasileiros.”

Essas características fazem das capivaras verdadeiras atletas aquáticas. Elas passam grande parte do tempo submersas, usando a água tanto como proteção quanto como área de descanso.

“São animais territorialistas, vivem em bandos formados sempre por 1 macho alfa, várias fêmeas e vários filhotes. Permanecem a maior parte do tempo dentro da água, e saem para se alimentar e descansar”.

Elas são mais ativas ao amanhecer e ao anoitecer e podem se tornar ainda mais noturnas, especialmente em áreas urbanas, como forma de evitar a presença de humanos.

Sociáveis

Apesar do comportamento calmo, a organização social é levada a sério dentro do grupo.

Bióloga Mayara Oliveira – Foto: Arquivo Pessoal / Mayara Oliveira

Mayara reforça: “As capivaras são animais sociáveis e vivem em grupos com uma hierarquia bem definida. Por serem animais gregários, preferem viver em comunidades e bandos que podem chegar até 50 indivíduos.”

Essa vida em comunidade também reflete na alimentação. Totalmente herbívoras, dependem de áreas verdes para sobreviver.

“São animais herbívoros e se alimentam principalmente de gramíneas e plantas aquáticas. São roedores e realizam a cecotrofia (ingestão das próprias fezes) para maximizar a absorção de nutrientes.”

Regras básicas de convivência

Com a expansão urbana, é cada vez mais comum ver capivaras em parques e margens de rios dentro das cidades. Mas isso não significa que o contato seja seguro.

“Manter distância sempre, nunca tentar se aproximar ou encostar, pois são animais silvestres e podem atacar caso se sintam ameaçadas. Além disso, são protegidas por lei, e tentar encostar em uma capivara é considerado crime ambiental.”

E um dos maiores equívocos do público está justamente na percepção equivocada de que a tranquilidade do animal significa mansidão.

“Por serem animais sociáveis e tranquilos, as pessoas acham que podem ‘fazer carinho’ como fazem em um pet. Mas precisamos reforçar que CAPIVARA NÃO É PET, elas agem por instinto e por serem presas na natureza, a tendência delas é sempre se proteger e fugir. Precisamos respeitar o comportamento natural da espécie e principalmente respeitar o seu espaço e seu habitat.”

O ambiente ideal

Para viverem bem, as capivaras precisam de algo simples: um ambiente equilibrado.

“Capivaras são animais silvestres e assim como qualquer animal silvestre necessita ser livre e cumprir seu papel biológico na natureza. Sendo assim, o habitat ideal para elas viverem seria um ambiente saudável e despoluído, e principalmente sem interferências antrópicas”, finaliza a bióloga.

*Com informações de IG