Peixes, como os tubarões, não têm pálpebras, mas também podem dormir - Foto: Alessandro De Maddalena / Getty Images / iStockphoto

Dormir por longos períodos, em uma posição confortável e num lugar quentinho, é privilégio de poucos animais. Muitos dormem onde e quando dá, até mesmo em pé ou voando.

Com um olho aberto e outro fechado, alguns passam longos períodos acordados ou apenas tiram pequenos cochilos durante o dia. Esse tipo de sono, pouco tranquilo para os padrões humanos, acontece porque tais animais, na maioria das vezes, vivem em ambientes cercados de predadores —o que exige deles atenção redobrada. Outros, como algumas aves, precisam se deslocar por longas distâncias.

Girafas cochilam em pé

O jeito, então, é se adaptar. As girafas, por exemplo, estão no time dos animais que dormem em pé. Seu período de sono não passa de duas horas por dia, divididos em cochilos de 20 minutos em média. A “relaxadinha”, na maioria das vezes, acontece em pé, justamente para facilitar a fuga caso algum predador apareça.

Cavalos e zebras também têm o costume de dormir em pé na maior parte do tempo. Estes animais possuem ligamentos especiais nas pernas, que fixam as articulações e os impede de dobrá-las durante o sono sem precisar gastar muita energia.

Meio acordado, meio dormindo

Alguns animais conseguem dormir em pé por ter um comportamento de sono diferente, conhecido como “descanso unilateral do cérebro”. Como o próprio nome já diz, enquanto o corpo descansa, uma parte do cérebro continua ativa. É isso que mantém, por exemplo, as aves equilibradas em galhos ou fios enquanto dormem.

Crocodilos dormem de olhos abertos – Foto: Reprodução / Instagram / @robertirwinphotography

O descanso unilateral do cérebro é observado em mamíferos, como golfinhos e leões-marinhos, e em répteis. Os crocodilos, por exemplo, são capazes de dormir com os olhos abertos para fugir de predadores, e também para não se perderem do grupo.

Não param nem para dormir

Para pássaros com comportamento migratório, como albatrozes e fragatas, o desafio é ainda maior.

Uma pesquisa feita em 2016 por cientistas alemães do Instituto Max Planck de Ornitologia na Baviera, na Alemanha, concluiu que as fragatas conseguem dormir mesmo durante o voo. Os cochilos não passam de cinco segundos por vez e totalizam pouco mais de 40 minutos por dia.

Em alguns momentos, elas dormem com um hemisfério cerebral acordado; em outros, desligam totalmente. Além do sono unilateral, as fragatas se beneficiam das correntes de ar para planar, o que garante um voo com um gasto pequeno de energia e a possibilidade de tirar os cochilos.

Como os peixes dormem?

Sem pálpebras, esses animais não têm como fechar os olhos. Assim, ao descansar, os peixes permanecem aparentemente imóveis, com movimentos muito lentos das nadadeiras.

O albatroz percorre longas distâncias e consegue dormir em pleno voo – Foto: Jon Brack / Friends Of Midway

Hoje, sabe-se que até os tubarões, que por muito tempo levaram a fama de nunca dormir, também têm seus períodos de descanso.

Todos os animais dormem?

Até agora, os cientistas sabem que o sono é responsável não só por reparar o cansaço do corpo, mas também para ajudar na organização das atividades neuronais, entre elas o rearranjo da memória. A partir daí, deduzem que todos os animais passam por períodos de descanso.

Em insetos e crustáceos, os métodos de sono são pouco conhecidos, mas sabe-se que eles apresentam momentos de baixo ou nulo movimento, normalmente associados ao comportamento de reclusão. As moscas, por exemplo, passam por ciclos de sono de 3 horas, em média.

*Com informações de Uol