O COB (Comitê Olímpico do Brasil) já havia deixado clara a sua irritação com a seleção brasileira masculina de futebol, medalha de ouro em Tóquio 2020. Apesar do título, o time subiu ao pódio estrategicamente escondendo o patrocinador do comitê. O assunto será levado para o departamento jurídico, segundo revelou o próprio COB neste domingo (8), no último dia dos Jogos Olímpicos.
Depois de vencer a Espanha na prorrogação, em Yokohama, o time comemorou a medalha no pódio com a camisa de jogo, da Nike, fornecedora de material esportivo da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). O agasalho da Peak, fornecedora do COB, ficou amarrado na cintura de todos os 22 jogadores, o que sugere algo orquestrado.
O presidente do COB, Paulo Wanderley, disse que ainda não era possível precisar de quem havia partido a determinação para a atitude dos atletas. O diretor de esportes, Jorge Bichara, informou que o assunto será tratado internamente do departamento jurídico. A CBF ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
“O Comitê Olímpico do Brasil reconhece e valoriza extremamente a performance do Brasil dentro da competição de futebol. Conquistamos o bicampeonato olímpico, estamos extremamente satisfeitos com a performance da equipe. Lamentamos a atitude dos atletas no pódio, lamentamos a atitude da Confederação Brasileira de Futebol na condução do caso e o assunto agora sai da esfera esportiva e entra agora na esfera jurídica, que vai ser decidido pela área jurídica do COB”, disse Bichara.
Wanderley disse também que, apesar do comitê estar descontente com a atitude, a premiação de R$ 750 mil está garantida para cada um dos atletas — os valores são estabelecidos por critérios de lugar no pódio e ainda modalidade individual, em grupo ou coletiva.
“Quando viemos para cá, estabelecemos um critério e o critério será mantido. Outras consequências, só depois da nossa ação sobre esse caso específico”, disse Wanderley.
Por trás da mera escolha de vestimenta, há o risco de punição por parte do COI (Comitê Olímpico Internacional) ao COB. A Carta Olímpica diz que os atletas devem vestir uniformes das suas confederações em todas as cerimônias. Por outro lado, a CBF está em processo de renovação de contrato com a marca.
Na Rio 2016, o problema não aconteceu já que a empresa norte-americana patrocinava o futebol e também o comitê olímpico. Para Tóquio 2020, a marca chinesa assumiu o fornecimento de material esportivo do Time Brasil. (R7)