Multidão aguarda chegada de primeiros reféns libertados pelo Hamas na passagem de Rafah, na fronteira entre a faixa de Gaza e o Egito (Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters)

Depois de 49 dias sob o poder do Hamas, 13 reféns foram libertados hoje (24), por volta das 16h30 do horário local (11h30 em Brasília). Meia hora depois, chegaram à passagem de Rafah, no Egito, de onde seguirão para Israel.

Segundo informações publicadas pela imprensa israelense e confirmadas pelo Hamas à rede Al Aqsa, o grupo foi inicialmente acolhido por uma equipe da Cruz Vermelha, que o levou a um hospital em Khan Yunis, no sul de Gaza, para verificar suas condições de saúde.

Em seguida, ele foi transportado para o lado egípcio da faixa, onde as famílias de alguns deles os aguardavam.

O grupo é o primeiro a ser solto graças a um acordo firmado entre o grupo terrorista e Israel nos últimos dias —a expectativa é de que, até a segunda-feira (27), mais três grupos do tipo, formados por no mínimo dez reféns, sejam libertados diariamente, de modo a totalizar 50 reféns soltos nos quatro dias de cessar-fogo.

De acordo com o jornal israelense The Times of Israel, 12 dos reféns soltos agora são do kibutz Nir Oz, próximo à Faixa de Gaza. Cerca de 75 moradores do local foram sequestrados durante os ataques do 7 de outubro, incluindo 13 crianças.

O número é um quinto do total de cerca de 240 pessoas sequestradas pela facção terrorista palestina no 7 de outubro, em uma brutal incursão ao território israelense que deixou 1.200 mortos e serviu de estopim para os enfrentamentos na Faixa de Gaza.

Guerra Israel e Hamas

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Ao mesmo tempo, representa uma esperança em relação a uma possibilidade de diálogo entre as partes beligerantes —mesmo que ambas já tenham garantido que pretendem prosseguir com os enfrentamentos assim que o cessar-fogo previsto pelo acordo, a princípio de quatro dias, chegue ao fim.

Também promete um alívio, ainda que temporário, para o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. Manifestantes vinham pressionando o seu governo em atos quase diários que exigem mais esforços pela soltura das vítimas.

A contrapartida para a libertação dos reféns é a soltura de 150 mulheres e menores de 19 anos palestinos atualmente detidos em presídios israelenses. O Times of Tel Aviv informou nesta sexta que o primeiro grupo será formado por 39 palestinos, e já há registros de alguns deles sendo retirados de penitenciárias do Estado judeu e embarcando em ônibus rumo à Cisjordânia.

Muitos desses palestinos foram presos sem julgamento prévio, e por crimes menos graves, como arremessar pedras contra soldados israelenses, fabricar explosivos, causar danos a propriedades e manter contatos com organizações hostis. Além disso, nenhum deles é acusado de homicídio.

Com informações da Folha de S.Paulo