O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) - Foto:Tânia Rêgo / Agência Brasil

Durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (29), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que “as únicas vítimas” da megaoperação realizada ontem no Rio de Janeiro foram os quatro policiais mortos na ação.

“Ontem foi uma operação de cumprimento de mandado judicial, mais de um ano de investigação (…). Aquelas foram as verdadeiras quatro vítimas que tivemos ontem, de vítima ontem lá, só tivemos os policiais”, declarou Castro.

A operação, que tinha objetivo de cumprir 100 mandados de prisão, terminou com 132 óbitos, conforme informou a Defensoria Pública ao Portal iG. Vale dizer que o número divulgado pelo órgão diverge do levantado pelo governo estadual, que aponta 119 mortos.

Castro afirmou, ainda, que a ação representou um “duro golpe na criminalidade” e disse ver o episódio como “o início de um novo momento” no combate ao crime organizado.

“Ontem foi uma operação de cumprimento de mandado judicial, mais de um ano de investigação, mais de 60 dias de planejamento que incluiu o Ministério Público. Temos muita tranquilidade de defendermos tudo o que foi feito ontem”, disparou.

Ele ainda prestou solidariedade às famílias dos agentes mortos e reiterou que elas serão amparadas e protegidas pelo estado.

“Eu já determinei que essas famílias sejam completamente amparadas e protegidas pelo Estado para que a gente possa valorizar a nobre ação de pagar com a própria vida pela defesa do bem comum”, afirmou.

Agentes mortos serão promovidos postumamente

Castro compartilhou, nas redes sociais, que os policiais mortos após a operação receberão uma promoção post mortem, “como forma de reconhecimento e respeito”.

Entre os agentes mortos, estão o comissário Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, da 53ª DP; o inspetor Rodrigo Velloso Cabral, da 39ª DP; e os sargentos do Bope Cleiton Serafim Gonçalves e Heber Carvalho da Fonseca.

Em nota, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro lamentou a morte dos policiais, chamando-os de “heróis que deram suas vidas em defesa da sociedade”.

“A instituição se solidariza com as famílias e amigos, compartilhando a dor dessa irreparável perda”, afirmou o comunicado.

Operação mais letal da história do Rio de Janeiro

Com a participação de mais de 2,5 mil agentes, a operação deflagrada na terça-feira (28) teve como alvo a cúpula do Comando Vermelho (CV) nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio. A ofensiva faz parte da chamada Operação Contenção, uma estratégia permanente do governo fluminense para conter a expansão da facção.

De acordo com o balanço mais recente das forças de segurança, 81 pessoas foram presas e 93 fuzis foram apreendidos.

Levantamento do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF) aponta que essa foi a operação mais letal no estado desde 1990, com mais que o triplo de mortes registradas na ação do Jacarezinho, em 2021, que terminou com 28 mortos.

*Com informações de IG