A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados encaminhou repasses de mais de R$ 4,2 bilhões em 2024 sem indicar quais parlamentares seriam os padrinhos das emendas.
A falta de transparência vai contra o compromisso anunciado pelo deputado Dr. Francisco (PT-PI), que preside o comitê responsável por distribuir emendas. Em março, ele prometeu implementar medidas para divulgar publicamente os beneficiários políticos dos recursos. Apesar de tentativas por meio de sua assessoria, mensagens e chamadas telefônicas, o deputado não deu nenhuma declaração até o momento.
O valor trata dos repasses solicitados pela comissão ao governo, que estão no painel do Fundo Nacional de Saúde. Cerca de R$ 3,2 bilhões já foram empenhados (etapa que antecede o pagamento) até o dia 20 de junho.
A implementação das emendas de comissão não é compulsória. Isso significa que o governo possui uma maior flexibilidade para negociar como os recursos serão utilizados e em que momento serão distribuídos.
Dos pagamentos já solicitados pela comissão, os fundos do estado e de municípios da Bahia acumulam R$ 575 milhões. Ainda, as secretarias de Saúde de São Paulo devem receber ao menos R$ 487,7 milhões.
Mato Grosso, Roraima e Amapá, estão no final do ranking. Eles concentram cerca de R$ 21 milhões cada em indicações parlamentares feitas pelo colegiado.
Entre os municípios, São Gonçalo (RJ) lidera as verbas indicadas, com R$ 95 milhões.
No início do ano, a Comissão de Saúde tinha disponíveis R$ 4,5 bilhões em emendas para distribuir. Após o Congresso aprovar um projeto do governo que realocou recursos das emendas, esse montante aumentou para aproximadamente R$ 6,1 bilhões.
