Belo se prepara para estrear no cinema como Barão, entregador pagodeiro que vê sua amada, Tina (Evelyn Castro), virar rainha do Brasil no filme “Caindo na Real”. Comédia estreia na próxima quinta-feira (24), e simula o retorno da monarquia ao país.
O longa que traz Evelyn Castro como a protagonista Tina, uma carismática chapeira que vive no futuro e vira rainha do Brasil. Quando o Congresso Nacional sofre um golpe, em meio a uma crise econômica e institucional sem precedentes, é decretada a volta da monarquia no país. Genealogistas descobrem uma “pulada de cerca” imperial há quase 200 anos e declaram Tina a nova rainha.
No meio dessa reviravolta, Tina se vê dividida entre Barão e Maurício (Victor Lamoglia), um príncipe refinado e elegante. Filho de Maria Helene (Maria Clara Gueiros), ele esperava ficar com o posto de rei antes de Tina ser descoberta para manter a vida de luxo dele e de sua mãe. Nessa missão, tem o auxílio do corrupto conselheiro real Alaor (Mauricio Manfrini).
“A Tina é uma mulher honesta, que só quer ser gerente daquela lanchonete, mas vira rainha. Uma mocinha que procura fazer o certo em meio a tanta falcatrua.” disse Evelyn Castro
Vivido por Belo, que também dá voz à trilha sonora, Barão é o grande amor de Tina. “Ele é bem simples, humilde e muito apaixonado por Tina. É um amor puro. Barão tem um pouco do Marcelo [seu verdadeiro é Marcelo Pires Vieira], eu sempre fui um cara romântico, aprendi dentro de casa a abrir a porta do carro e mandar flores… Sou novo nessa área, mas não foi difícil de fazer porque estou usando as artimanhas do Marcelo”, brinca, aos risos.
O amor de Tina e Barão esbarra na mudança radical da nova rainha do Brasil e nos vilões, em especial, de Alaor (Maurício Manfrini), o conselheiro real que faz de tudo para derrubar a nova monarca. “O interesse do Barão na Tina é por amor, o do Alaor não é amor. Ele quer ter a coroa e pegar a realeza”.
Teor político
O roteiro de Bia Crespo e a direção de André Pellenz trazem uma mensagem política a favor da democracia, em especial na reta final do longa. A produção pode ser vista como ironia aos pedidos de monarquia no país ou até mesmo outros pedidos não democráticos. “Será que a história do filme é tão fora da casinha assim? Cuidado. É uma crítica para ficarmos atentos.”
“Vivemos uma democracia. Que a gente fique atento e vote com consciência, pensando no coletivo. Que estudemos para buscar uma consciência política. Um alerta até para mim.” disse Evelyn Castro
Belo também acredita na importância de se falar de política porque o tema dita “a nossa vida, a dos nossos familiares e de todos os brasileiros”. Mas ele analisa que a polarização política dos últimos anos não é tão saudável, e pontua: “O governo atual está melhor no que diz respeito a arte e cultura. O cinema e a música estão em alta de novo”.
“O diretor e o roteirista foram felizes na forma de fazer política, mas com humor. Se você for analisar a política no Brasil, ela é engraçada, né? Vamos falar a verdade: muita briga entre esquerda e direta… Que bom que vou poder participar desse filme que vai ficar marcado na história.” afirmou Belo
Belo na política?
No papo, Belo confidenciou que pensou em entrar para a política —em 2022, virou notícia uma suposta filiação ao PL. Ele pensou em se candidatar, mas desistiu. “Foi uma viagem muito rápida que passou pela minha cabeça, até porque eu sou um cara de periferia, lutei pelos meus sonhos e ideais. Nada foi fácil, meu pai era um pedreiro analfabeto e faleceu quando era bem jovem; minha mãe, uma mulher costureira, também analfabeta. Minha família é muito humilde.”
“Em um determinado momento, achei que poderia ajudar as pessoas entrando para a política, mas esse meio é muito complicado. Requer muitas outras coisas. A política é, muitas vezes, injusta. Estou amando colocar minha energia na atuação e na música. Sei que posso ajudar muita gente com minha arte e ser espelho para crianças de comunidade e periferia, incentivar a ser um Belo.” disse Belo.