De La Cruz foi o primeiro reforço do Flamengo para 2024 - Foto: Paula Reis / Flamengo

Nada da tradicionalmente poderosa Inglaterra ou da Arábia Saudita, novo eldorado da bola. Na atual janela de transferências, nenhum país investiu mais na contratação de novos jogadores que o Brasil.

De acordo com o “Transfermarkt”, site especializado na cobertura do Mercado da Bola internacional, os 20 clubes da Série A gastaram até o momento um total de 79,1 milhões de euros (R$ 423,7 milhões) na reconstrução dos seus elencos para a temporada que está começando.

O reforço mais caro é o meio-campista uruguaio Nicolás de la Cruz, tirado do River Plate pelo Flamengo por 14,5 milhões de euros (R$ 77,7 milhões). O volante argentino Aníbal Moreno (Palmeiras) e o zagueiro João Victor (Vasco) completam o pódio das maiores transações.

O que está acontecendo?

Não é que o Brasil se transformou, de uma hora para outra, no maior mercado comprador de jogadores de futebol do planeta.

Ao contrário do que acontece nos países que são os principais consumidores de atletas (elite europeia e a própria Arábia), que concentram seus maiores investimentos em junho/julho/agosto, ou seja, no começo das suas temporadas, os clubes brasileiros tendem a priorizar a janela de janeiro porque aqui o futebol segue um calendário anual.

Além disso, está rolando também um fortalecimento econômico do futebol pentacampeão mundial, com a entrada de grupos internacionais donos de SAFs (City, Red Bull, 777 Partners, John Textor), inflacionamento dos contratos de patrocínio (especialmente os pagos por casas de apostas) e antecipação de receitas de vendas de direitos de transmissão pelas ligas.

Todo esse cenário proporciona mais dinheiro no caixa dos clubes e, consequentemente, maior disposição para gastar em melhorias de elencos.

Uma prova disso é que, apesar de ainda termos mais dois meses e meio de janela de transferências pela frente aqui no Brasil, os times da Série A já torraram mais de 64% de todo o investimento feito em reforços no primeiro semestre do ano passado.

Queda global também ajuda

Mesmo com esse crescimento, o Brasil não conseguiria ocupar o topo do ranking dos maiores compradores do planeta se essa janela de transferências estivesse funcionando no “ritmo normal”.

Mas o Mercado da Bola de janeiro de 2024 está operando com um volume de negócios bem abaixo do normal. Faltando duas semanas para o encerramento das operações na Europa, ele ainda não movimentou nem 600 milhões de euros (R$ 3,2 bilhões). No primeiro mês de 2023, foi registrado 1,6 bilhão de euros (R$ 8,6 bilhões) em compras e empréstimos de atletas.

A maior queda aconteceu justamente na Inglaterra, o mercado número um da atualidade. No ano passado, o investimento ficou na casa de 840 milhões de euros (R$ 4,5 bilhões). Agora, não chegou nem a 40 milhões de euros (R$ 214,4 milhões).

Países que mais gastaram na janela de janeiro

  1. Brasil: 79,1 milhões de euros

  2. França: 68,3 milhões de euros

  3. México: 52,7 milhões de euros

  4. Espanha: 49,3 milhões de euros

  5. Argentina: 46,7 milhões de euros

  6. Rússia: 40,5 milhões de euros

  7. Inglaterra: 32,5 milhões de euros

  8. Alemanha: 29 milhões de euros

  9. Itália: 27,1 milhões de euros

  10. Estados Unidos: 26,6 milhões de euros

*Com informações de Uol