Bahia foi o estado que mais desmatou, segundo o Inpe. (FOTO: Edilson Dantas/O Globo)

As áreas com alerta de desmatamento na Amazônia em setembro deste ano foram as maiores já registradas para o mês desde 2015. De acordo com dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) , praticamente 1.455 km² da floresta registraram alerta para desmatamento no mês passado. A área é quase o equivalente ao tamanho da cidade de São Paulo, que tem 1.521 km².

O Deter, levantamento de alertas de evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia feito pelo Inpe , apontou que o número registrado em setembro representa um crescimento de 47,7% em comparação com o mesmo período do ano passado. O total também supera o último recorde detectado em 2019, que era de 1.454 km².

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Neste ano, as áreas com o alerta de devastação chegaram a 8.590 km² — 4,5% maior do que o acumulado até dezembro de 2021. O Observatório do Clima ressaltou que 2022 pode igualar ou até mesmo superar o recorde do ano completo de 2019, que foi de 9.178 km².

Abaixo, confira os alertas de desmatamento para setembro desde o início da série histórica, em 2015, de acordo com o Deter, do Inpe:

2022 – 1.454,76 km²
2021 – 984,61 km²
2020 – 962,55 km²
2019 – 1.453,64 km²
2018 – 745,99 km²
2017 – 402,56 km²
2016 – 691,15 km²
2015 – 497,19 km²

O Deter foi criado para servir como um sistema de alerta para ajudar na fiscalização e controle do desmatamento e degradação florestal realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e demais órgãos ligados a esta temática.

Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgados em agosto já mostravam que, mesmo antes de terminar o ano de 2022, os números de focos de desmatamento já superaram 2021 inteiro.

De acordo com os pesquisadores do instituto, além de ameaçar diretamente a vida de povos e comunidades tradicionais e causar perdas na biodiversidade, esse aumento na destruição também afeta a camada de ozônio e contribui para o aquecimento global em um momento de emergência climática.

“Já passamos da metade do ano e o que vem acontecendo são recorrentes recordes negativos de devastação da Amazônia , com o aumento no desmatamento e na degradação florestal. E, infelizmente, temos visto ações insuficientes para combater esse problema”, disse a pesquisadora Bianca Santos, do Imazon.