Flávio Bolsonaro ao lado do pai - Foto: Reprodução / Twitter @FlavioBolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) escolheu o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como o nome do bolsonarismo das eleições presidenciais de 2026.

Flávio confirmou no X a decisão de Bolsonaro em indicá-lo para disputar a presidência. “É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação.”

“Eu não posso, e não vou, me conformar ao ver o nosso país caminhar por um tempo de instabilidade, insegurança e desânimo. Eu não vou ficar de braços cruzados enquanto vejo a esperança das famílias sendo apagada e nossa democracia sucumbindo.” afirmou Flávio Bolsonaro, em publicação no X.

Escolha vem após Flávio visitar o pai na prisão nesta semana, em Brasília. Acontece também depois de um racha entre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos do ex-presidente sobre um possível apoio do PL à candidatura de Ciro Gomes no Ceará, que irritou também integrantes do PL.

“Se Bolsonaro falou, está falado”, disse o presidente nacional do PL no Instagram. “Como presidente do PL, informo que o senador Flávio Bolsonaro é o nome indicado por Jair Bolsonaro para representar o partido na disputa presidencial. Flávio me disse que o nosso capitão confirmou sua candidatura. Seguiremos juntos, trabalhando com responsabilidade e compromisso com o Brasil”, afirmou Valdemar da Costa Neto na rede social.

Escolha também foi confirmada por integrantes do PL. O deputado federal Carlos Jordy afirmou à reportagem que a informação foi repassada a ele pelo líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), que conversou com Flávio sobre o tema. A informação sobre a escolha do senador foi publicada inicialmente pelo Metrópoles.

Líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ) disse que “teremos Lula versus Bolsonaro” com a presença do filho do ex-presidente nas urnas. “Flávio é importante nessa missão, ele será o candidato. A escolha do presidente é fundamental nisso. Podemos comparar governos e isso inspira, realmente, dias melhores para o país”, afirmou.

Líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) demonstrou apoiar a escolha. “Quem o presidente @jairbolsonaro escolher, todos nós vamos abraçar a fazer campanha!”, escreveu no X.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em evento – Foto: Carolina Antunes / PR

MIchelle Bolsonaro também deu seu apoio a Flávio. “Que Deus te abençoe nesta nova missão pelo nosso amado Brasil. Que o Senhor te dê sabedoria, força e graça em cada passo, e que a mão d’Ele conduza o teu caminho para o bem da nossa nação”, publicou no Instagram. A esposa de Jair Bolsonaro entrou em confito com enteados nesta semana após criticar —e derrotar— a articulação do PL para apoiar Ciro Gomes no Ceará.

Tarcísio de Freitas

Decisão de Bolsonaro dificulta candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) ao Planalto. Um dos principais cotados para ser o representante do bolsonarismo nas urnas e nome favorito da Faria Lima para a disputa, o governador vinha condicionando a entrada na corrida a um apoio explícito do ex-presidente.

Com a indicação de Flávio, crescem as chances de Tarcísio concorrer à reeleição para o governo. Um aliado do governador avaliou à reportagem que a escolha do senador visa “ocupar um vácuo” deixado no bolsonarismo pela prisão do ex-presidente e que acredita que a decisão pode não ser definitiva. “Vão testar as águas”, afirmou este aliado.

Tarcísio vinha sendo criticado por Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O deputado, que está nos Estados Unidos, também tinha manifestado intenção de disputar a presidência. Ele chegou a dizer que o governador de São Paulo é “o candidato do sistema” e “não é um líder”.

Em entrevista há dez dias Eduardo defendeu a candidatura do irmão. Disse que Flávio é “mais preparado” que Michelle para concorrer à Presidência.

“É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação.

Eu não posso, e não vou, me conformar ao ver o nosso país caminhar por um tempo de instabilidade, insegurança e desânimo. Eu não vou ficar de braços cruzados enquanto vejo a esperança das famílias sendo apagada e nossa democracia sucumbindo.

O nosso país vive dias difíceis, em que muitos se sentem abandonados, aposentados são roubados pelo próprio governo, narco-terroristas dominam cidades e exploram trabalhadores, estatais voltaram a ser saqueadas, novos impostos não param de ser criados ou aumentados, nossas crianças não têm expectativas de futuro. Ninguém aguenta mais!

Mas eu creio em um Deus que não abandona nossa nação. Eu creio que Ele levanta pessoas e inicia novos tempos quando o povo clama por justiça. Eu creio que nenhum cativeiro é maior do que o poder de Deus para libertar.

Eu me coloco diante de Deus e diante do Brasil para cumprir essa missão. E sei que Ele irá à frente, abrindo portas, derrubando muralhas e guiando cada passo dessa jornada.

Que Deus abençoe o nosso povo!
Que Deus abençoe o nosso Brasil!”
Disse Flávio Bolsonaro, em publicação no X

Bolsonaro preso

Bolsonaro foi condenado pelo STF a 27 anos e três meses de pena. Ele foi condenado por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Em setembro, o ex-presidente e mais sete réus foram condenados por tentativa de golpe de Estado. Ele, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto foram condenados a penas que vão de 2 a 27 anos de prisão.

Do total, Moraes defendeu que 24 anos e 9 meses sejam cumpridos em regime de reclusão. Os demais 2 anos e seis meses em regime de detenção, além de 124 dias-multa fixados em dois salários mínimos.

*Com informações de Uol