COP30: 7º dia tem ''banquetaço'' e celebração cultural

O sétimo dia da COP30 foi marcado por uma grande celebração cultural e por debates sobre segurança alimentar e proteção da floresta, em um dos pontos mais visitados de Belém, a Praça da República. O ”Banquetaço” reuniu visitantes de diversos países, povos indígenas e movimentos sociais, promovendo refeições abertas ao público e reflexões sobre o direito humano à alimentação adequada ( veja fotos abaixo).

Evento reúne cozinhas comunitárias e movimentos sociais

Durante o Banquetaço, uma longa mesa foi montada para receber participantes, cozinhas comunitárias, agricultores familiares e organizações sociais. O objetivo foi reforçar a defesa da comida de verdade, produzida de forma sustentável, do campo à mesa, e valorizar modos de vida tradicionais.

Segundo a organizadora Beatriz Nunes, o movimento simboliza resistência.

“Esses coletivos também produzem resistência com a comida e defendem a comida como direito humano. Uma comida que não passa pelo mercado primeiro; passa antes de tudo pelas pessoas”, disse.

As refeições foram preparadas com alimentos agroecológicos produzidos por comunidades rurais, ribeirinhas, quilombolas e indígenas. A proposta foi transformar o espaço público em um ambiente de convivência, diálogo e partilha popular.

Economia solidária e sabores da região

Integrante da Rede Bragantina de Economia Solidária, Lucimar Moraes de Araújo celebrou a participação no evento e destacou que o coletivo levou para o Banquetaço um biscoito tradicional feito com farinha produzida na região.

Além das refeições gratuitas, o ato ressaltou a necessidade de políticas públicas que fortaleçam a soberania e a segurança alimentar, promovendo sistemas de produção sustentáveis e em harmonia com a natureza.

“O Banquetaço também é uma ação de enfrentamento à fome, e mostra que os povos do campo e da periferia organizam uma refeição saudável”, afirmaram os organizadores.

Povos indígenas reforçam defesa da floresta

A cacica Nhak Proot Kayapó, da aldeia Piôkrôtiko, destacou a importância de participar da COP30 em Belém. Segundo ela, o objetivo é mostrar a cultura Kayapó e buscar parcerias para projetos de segurança alimentar.

A líder indígena ressaltou iniciativas relacionadas ao açaí, cacau e outros alimentos essenciais para sustentar a comunidade:

“Estamos aqui para preservar a floresta, para que ela volte a ser rica em alimentos e em produtos que usamos na nossa cultura — no artesanato, nos óleos, que são essenciais para o povo Kayapó”, relatou.

Visão internacional: povos indígenas sofrem mais com a crise climática

Para Nayra Daniel, que veio da Bolívia para participar da COP30, a presença no evento é fundamental para fortalecer conexões e influenciar políticas públicas:

“Estamos participando da Cúpula dos Povos porque consideramos que é um espaço importante para gerar articulação que permita incidir em políticas de Estado. Sabemos que nós, povos indígenas, somos os que mais sofrem os efeitos adversos da crise climática”, disse.

*Com informações de IG