Processo contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética terá deputado que já o chamou de 'amigo' como relator - Foto: Reprodução / Redes Sociais

O deputado Delegado Marcelo Freitas (União Brasil) foi escolhido nesta sexta-feira (26) para ser o relator do processo disciplinar aberto contra Eduardo Bolsonaro (PL) no Conselho de Ética da Câmara.

Freitas é um antigo aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teve seu apoio durante as campanhas de 2018 e 2022. Além disso, em 2019, chegou a chamar Eduardo de “amigo”.

“Meus amigos de Minas Gerais, estamos aqui com o nosso amigo, deputado Eduardo Bolsonaro, apenas para dar tranquilidade aos nossos colegas, nossos amigos do PSL, e dizer que, haja o que acontecer, nós estamos com o governo do presidente Jair Bolsonaro” , disse Freitas na ocasião.

O processo contra Eduardo foi aberto na terça (23), após uma denúncia do PT, que acusa o deputado de atuar em defesa de sanções dos Estados Unidos, onde ele mora desde fevereiro, para “desestabilizar instituições republicanas” no Brasil. O procedimento pode durar até 90 dias e, em caso de punição, vai de censura à perda do mandato.

No cargo de relator, é Freitas quem decide, após Eduardo apresentar sua defesa, se o processo continua ou é arquivado. Se optar pelo prosseguimento, é ele quem elabora o plano de trabalho e, ao final, apresenta o relatório com seu parecer, que pode recomendar a absolvição ou punição do parlamentar.

Processos e denúncias

A representação do PT segue a mesma linha da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Eduardo por coação em processo judicial. Segundo a PGR, ele tentou, com o apoio do governo dos EUA, aplicar sanções e tarifas ao Brasil e a autoridades do Judiciário como retaliação ao julgamento que condenou seu pai a 27 anos e 3 meses de prisão.

A situação do deputado se complicou ainda mais nesta semana: na terça-feira (23), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), rejeitou a indicação do grupo bolsonarista para que Eduardo assumisse a liderança da minoria. Sem o posto, suas faltas serão contabilizadas normalmente e, com isso, ele pode perder o mandato.

Ex-delegado da Polícia Federal, Freitas está em seu segundo mandato como deputado federal e preside o União Brasil em Minas Gerais. Em 2019, no seu primeiro ano na Câmara, foi relator da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) durante o governo Bolsonaro.

*Com informações de IG