
A menos de 5 meses da COP30 em Belém, o Brasil ainda não tem respostas concretas para os desafios logísticos da conferência. A disparada nos preços e a falta de opções de hospedagem têm gerado duras críticas de organizações da sociedade civil que consideram inviável participar da conferência.
Durante as negociações climáticas em Bonn, na Alemanha, a presidência da COP apresentou uma atualização da infraestrutura em Belém e minimizou as dificuldades, dizendo que a “dimensão simbólica” do evento é mais importante.
Custo da hospedagem em Belém é o maior problema. Para conter a alta, o governo brasileiro anunciou que vai colocar à disposição quartos a partir de US$ 100 por diária. A estratégia envolve o uso de estruturas geridas pelo próprio governo federal, como a Vila dos Líderes e cabines de navios transatlânticos ancorados em Belém.
Presidente da COP minimiza problemas. O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, repetiu fala do presidente Lula de que a importância da COP na Amazônia supera as dificuldades.
“O presidente Lula acredita que a dimensão simbólica do local é mais importante do que alguns dos obstáculos que teremos que superar nos próximos meses. De qualquer forma, gostaria também de reforçar que a cidade estará especialmente preparada nesse momento. Haverá férias escolares e no serviço público durante o período da COP. Isso também ajudará bastante na questão da circulação, etc.” afirmou André Corrêa do Lago, presidente da COP30.
Equipe da COP30 descarta intervenção direta no mercado hoteleiro. A organização confirmou que acionou o Ministério da Justiça e a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) para investigar indícios de abuso de preços, mas que jamais considerou intervir diretamente no mercado. “Queremos que a rede hoteleira seja nossa parceira”, disse o secretário extraordinário da COP30, Valter Correia. A intenção é estabelecer preços considerados razoáveis, usando os valores praticados no Círio de Nazaré como parâmetro.
Reação contra práticas abusivas. Se forem confirmadas práticas abusivas, os hotéis poderão sofrer sanções legais, como multas e até suspensão do direito de comercializar hospedagens. Porém, reportagem do Uol em março mostrou que, sob orientação de um curso do Sebrae, ministrado em parceria com o Airbnb, moradores de Belém estão cobrando dez vezes mais no aluguel temporário de seus imóveis para novembro.
Plataforma oficial de hospedagem ainda não foi lançada. A Plataforma Oficial de Acomodação tem lançamento previsto para o final deste mês e abrirá com cerca de seis mil leitos disponíveis no primeiro lote, que serão disponibilizados semanalmente.
