O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje em evento em Brasília que a rejeição de decreto do IOF foi “a melhor coisa que podia ter acontecido”.
Consequência da rejeição foi incentivar o debate por alternativas fiscais. Haddad elogiou os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e apontou que a rejeição pelo Congresso do decreto presidencial que sugeria aumentar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em algumas operações como “a melhor coisa que poderia ter acontecido”.
“Eu entendo que o que aconteceu na semana passada foi a melhor coisa que poderia ter acontecido e nós devemos muito isso aos presidentes Hugo Motta e Davi Alcolumbre. Quando a crise se instalou, o papel dos dois presidentes, institucionalmente falando, foi o que eles cumpriram. De dizer o seguinte, nós vamos derrubar e ficar com o quê? Qual é a alternativa?”
“Eu sofro bastante no cargo, mas tenho essas alegrias, de encontrar uma brecha. Não tem sido fácil para nenhum ministro da Fazenda, mas gosto de onde estou, sobretudo se conseguir chegar do outro lado da margem com um país mais organizado.” afirmou Fernando Haddad, ministro da Fazenda, em evento da piauí sobre a relação entre os 3 Poderes.
Haddad deixou o evento para atender ligação de Lula. “Eu vou ter que retornar para o presidente da República”, disse. O telefonema ocorreu antes da entrevista à imprensa que Lula concedeu no Palácio do Planalto. Haddad pontuou mais cedo que iria oferecer medidas alternativas ao aumento do IOF a Motta e Alcolumbre, após apresentá-las a Lula.
O ministro declarou que o governo busca resolver a “deterioração fiscal do Brasil” sem penalizar os mais pobres. Haddad disse que há espaço fiscal para corrigir as contas sem “penalizar quem não precisa”. O ministro declarou ser favorável a uma solução estrutural em vez de uma conjuntural. “Mas ela está na mesa?”
Perse foi mantido pelo Congresso. Haddad comentou o fim do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), que alcançou o teto de R$ 15 bilhões em gastos em março, o que corresponde ao limite máximo de benefícios concedidos, e levou o setor de eventos, turismo e alimentação a retornar os impostos suspensos a partir de abril.
Desoneração da folha também pesa no orçamento. Ele ainda comentou sobre a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, que chegou-se a um “meio-termo”, uma vez que, apesar de não acabar com o benefício, o Congresso aprovou uma redução gradativa da alíquota, prevista para acabar em 2028.
