O presidente do União Brasil, Antonio Rueda, discursa em evento de lançamento da federação União Progressista, aliança entre União Brasil e PP - Foto: Renato Araújo / Divulgação | Câmara dos Deputados

O União Brasil e o Progressistas (PP) oficializaram ontem a formação da federação partidária União Progressista (UP) no Congresso Nacional. Válida por quatro anos, a aliança representa cerca de 20% do total de parlamentares na Câmara e no Senado – o que faz dela a maior força política do país.

Qual será o poder da UP?

Federação representa uma aliança mais profunda. Ao contrário da coligação partidária, que une dois ou mais partidos na apresentação de candidatos conjuntos para as eleições majoritárias (presidente, governador, senador e prefeito), a federação vale também para as chamadas eleições proporcionais: ou seja, os partidos-membros funcionam como um só no apoio também a deputados federais, estaduais/distritais e vereadores.

Partidos mantêm suas estruturas individuais. No entanto, a aliança deve valor por quatro anos no mínimo, para evitar que o eleitor ajude a eleger um candidato que, na prática, atuará contra a ideologia ou as propostas apresentadas durante as eleições.

A federação União Progressista representa 109 deputados e 14 senadores. A união dos dois partidos ainda soma seis governadores, cerca de 1.400 prefeitos e 12 mil vereadores.

A aliança ainda comanda quatro ministérios do governo Lula. Entre eles estão as pastas de Esportes, com André Fufuca (PP-MA), e Turismo, com Celso Sabino (União-PA), além de indicações dentro da cota partidária como Frederico Siqueira Filho, das Comunicações, e Waldez Goés, do Desenvolvimento Regional.

Haverá rodízio na presidência da bancada. O presidente do União Brasil, Antônio Rueda, vai comandar a federação até dezembro em conjunto com o presidente do PP, Ciro Nogueira. No final do ano, uma nova eleição definirá a liderança da aliança. O deputado alagoano Arthur Lira, ex-presidente da Câmara, seria o único a comandar o grupo, mas perdeu a queda de braço e ficou de fora.

União Progressista terá um orçamento de quase R$ 1 bilhão só de fundo eleitoral. Eles somam os R$ 536,5 milhões do União Brasil com R$ 417,2 milhões, com base nos valores estimados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para 2024. É a maior verba entre todas as siglas para as próximas eleições.

A disputa política nas eleições de 2026

Atualmente existem três federações no país registradas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A principal agremiação é a “Brasil da Esperança” que reúne o PT, PCdoB e PV. Ainda no campo da esquerda, há o grupo formado por PSOL e Rede e, mais à direita, a federação PSDB-Cidadania – que não deve ser renovada em 2026.

Foto: Assessoria

A federação Brasil da Esperança tem nove senadores, todos do PT. Além disso, conta com 81 deputados (68 do PT, sete do PCdoB e seis do PV). A federação PSOL-Rede não tem representantes no Senado e possui apenas 14 na Câmara; enquanto a PSDB-Cidadania conta com três senadores e 17 deputados federais.

Alguns partidos, como MDB e PL, possuem maior representatividade sozinhos do que as federações menores. Por exemplo, atualmente o PL tem 14 senadores e 91 deputados, enquanto o MDB tem 11 senadores e 44 deputados federais.

PSDB deve formalizar a fusão com o Podermos. A executiva nacional do partido tucano decidiu iniciar o processo de fusão com o Podemos.

Superfederação do centrão preocupa o PT. Apesar dos ministérios, há um entendimento entre os petistas que a bancada desembarque do governo Lula e apoie algum outro nome da direita nas eleições de 2026. Aliados do presidente do PP, Ciro Nogueira, dizem que ele quer se lançar a vice-presidente do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e com a federação teria mais força para pleitear o posto. O chefe do Executivo paulista é a esperança da direita para a disputa presidencial no lugar do ex-presidente Jair Bolsonaro, inelegível até 2030.

“É isto, minha gente, que nós precisamos, neste momento, da classe política: entender o recado que deve ser dado, nesta hora, hoje, nessa federação dos dois grandes partidos, que transferem a todos nós a responsabilidade sobre os nossos ombros de sabermos ganhar o processo eleitoral de 2026. Esse é o desafio. Nós estamos aqui construindo o rumo para um país novo.” afirmou Ronaldo Caiado, governador de Goiás e pré-candidato à Presidência.

Caiado também já se lançou como um nome para a federação. Ainda não há consenso sobre uma candidatura de direita. Em sua fala, ele afirmou: “Vamos ganhar as eleições no país e vamos subir a rampa do Palácio do Planalto”.

*Com informações de Uol