Indígenas do povo parakanã foram alvo de um ataque a tiros dentro da Terra Indígena Apyterewa, no Pará, onde o governo Lula (PT) promove uma operação para expulsar invasores.
Vídeos registrados pelos moradores mostram caminhonetes nos arredores da aldeia Tekatawa, marcas dos tiros, que atingiram as casas e as telas contra mosquito que cobrem as redes de dormir, e capsulas das balas no chão.
A Força Nacional foi acionada após a ocorrência.
“Esse ataque é uma represália dos invasores contra o processo de reocupação (abertura de novas aldeias e usufruto econômico) que vem sendo implementado com muito sucesso pelos parakanã nos últimos três meses”, afirma a Associação Indígena Tato’a, que representa o povo na TI Apyterewa.
Até o momento, não há informação sobre feridos, nem se os autores do ataque foram identificados e presos.
A Terra Indígena Apyterewa é uma das oito dentro do escopo de uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal), na qual a Corte determinou que o governo federal deve realizar a desintrusão de invasores que passaram a explorar o local de forma ilegal.
Desde o início de 2023, o governo Lula promove operações de expulsão destes invasores. A primeira foi na TI Yanomami, em Roraima.
Na Apyterewa os invasores são majoritariamente fazendeiros que utilizavam o território para criação de gado ilegal —e entidades indicam que a carne era comercializada com grandes empresas, como JBS, Marfrig e Minerva.
Os invasores chegaram a construir cidades ilegais dentro do território, inclusive com hotéis e postos de gasolina.
Foram instaladas grandes fazendas —de até 1.000 hectares— equipadas com caminhonetes e tratores, e acesso à internet.
O Ministério Público Federal já apontou inclusive que foi registrada a presença de políticos atuando nos territórios invadidos de forma ilegal.
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