Fala de Vini Jr. sobre racismo na Espanha gera reações de Carvajal e prefeito de Madri

Críticas feitas pelo atacante brasileiro Vini Jr. a respeito de casos de racismo na Espanha causaram grande repercussão no país. Alvo de ofensas raciais em diferentes ocasiões no país, o astro do Real Madrid afirmou que, caso a nação não melhore no combate a esses ataques, jogos da Copa do Mundo de 2030 não deveriam ser disputados por lá.

O prefeito de Madri, Jose Luis Martínez Almeida, se manifestou, ontem (4), e cobrou uma retratação de Vinicius. “Espero que se desculpe imediatamente sobre essas declarações. Todos somos conscientes de que há episódios racistas na sociedade e temos que trabalhar muito duro para eliminá-los”, afirmou o prefeito de Madri.

“É profundamente injusto com a Espanha e, particularmente Madri, dizer que somos uma sociedade racista, como ontem disse Vinícius. E que isso põe em perigo a celebração do Mundial de 2030 aqui. Portanto, peço que ele se retrate”, adicionou Martínez Almeida. A fala de Vini Jr. gerou grande repercussão tanto na mídia local quanto internacional, trazendo novamente o tema do racismo no futebol para o centro das atenções.

Carvajal rebate falas de Vinicius Jr.

O lateral do Real Madrid e da Espanha, Dani Carvajal, também foi questionado sobre o tema em entrevista coletiva nesta quinta-feira (5), e rejeitou a pecha de racista do país.

“Não há dúvidas de que a Espanha não é um país racista. Desde pequeno cresci com várias nacionalidades no meu bairro, em Leganés. Só quero lembrar que somos totalmente contra qualquer situação racista nos estádios. Sei o que o Vini sofre e o apoiamos interna e publicamente. Creio que a La Liga está melhorando e criando protocolos para que esses energúmenos não possam voltar a eventos esportivos. Com exceção dessas pessoas, não acho que a Espanha não mereça organizar uma Copa”, afirmou Carvajal.

O pedido de Vini Jr.

Em entrevista à CNN da Espanha, Vinicius Junior sugeriu que a sede da Copa do Mundo fosse alterada caso o problema não fosse solucionado. A Espanha sedirará a Copa do Mundo de 2030 junto com Portugal, Marrocos, Argentina, Uruguai e Paraguai.

“Espero que a Espanha possa evoluir e compreender a gravidade que é insultar alguém por causa da cor da sua pele. Até 2030 temos uma margem de evolução muito grande. Portanto, espero que a Espanha possa evoluir e compreender a gravidade disso, porque se as coisas não evoluírem até 2030, acho que temos que mudar de local. Se o jogador não se sente confortável e não se sente seguro jogando em um país onde ele pode sofrer racismo, é um pouco complicado“, argumenta Vini.

Consequências após os casos de racismo

Em junho deste ano, torcedores do Valência (Espanha) foram condenados a oito meses de prisão por conta de ataques racistas contra Vini Jr. O camisa 7 do Real Madrid afirmou recentemente que os atletas da equipe podem deixar o campo caso sejam novamente vítimas de racismo. Ele também pediu punições severas para os envolvidos, buscando uma mudança real e efetiva.

Com informações da Placar