Cerca de 6 mil indígenas participaram do ato “Ouro de sangue: marcha contra o garimpo que mata e desmata”, em Brasília, durante a tarde desta segunda-feira (11). O grupo está acampado na capital federal desde segunda-feira (4).
Eles defendem a demarcação de territórios e protestam contra a chamada “agenda anti-indígena”, composta pelo julgamento do Marco Temporal no Supremo Tribunal Federal (STF) e por projetos de lei que liberam a exploração de terras, o licenciamento ambiental e o uso de agrotóxicos.
À tarde, os indígenas seguiram pela Esplanada dos Ministérios até o Ministério de Minas e Energia. Em frente ao prédio, eles usaram lama e tinta vermelha para representar a destruição e a morte causadas pelos garimpos.
Nos vidros, o grupo escreveu, com argila, frases contrárias ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Caixas simbolizando barras de ouro, manchadas de sangue, foram colocadas na porta.
Bandeiras do Brasil, manchadas com tinta vermelha para representar a morte dos povos indígenas e o retrocesso nas políticas ligadas ao meio ambiente, foram exibidas ao longo da caminhada.
A Polícia Militar acompanhou a manifestação. Três faixas do Eixo Monumental chegaram a ser fechadas. Não houve incidentes.
Acampamento Terra Livre
Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), mais de 6 mil indígenas de 172 povos, participam do Acampamento Terra Livre 2022 (ATL), que deve ficar montado na capital federal até o dia 14 de abril.
O encontro é considerado o maior do país e ocorre no mesmo período em que o Congresso Nacional deve votar textos como o do Projeto de Lei 191/2020, que autoriza a mineração em terras indígenas. No começo de março, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência para votação do PL.
Além de regras para a mineração, o texto estabelece normas para a exploração de hidrocarbonetos, como petróleo, e a geração de energia elétrica nestes territórios. O projeto está entre os alvos do Ato pela Terra, manifestação de artistas liderada pelo cantor e compositor Caetano Veloso, em Brasília, em março passado, e que denunciou o “pacote de destruição ambiental proposto pelo governo do presidente Jair Bolsonaro” (PL).
*Com G1