Uma nova audiência na Justiça da Itália, realizada hoje, determinou que a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) continue presa.
Zambelli alegou que estava se sentindo mal antes do início da sessão, mas continuou após ser examinada por um médico. O juiz perguntou se ela poderia participar da audiência, e ela disse que sim.
Parlamentar passará por uma perícia médica em 22 de agosto, decidiu o magistrado. Ele atendeu a um pedido da defesa. Uma nova audiência está prevista para o dia 27.
Dessa forma, a deputada volta para a prisão. Ela está no presídio feminino Germana Stefanini, parte do complexo penitenciário conhecido como Rebibbia, nome do bairro que ocupa na área nordeste de Roma.
Zambelli está presa desde 29 de julho. A Justiça italiana terá de decidir se a brasileira responderá ao processo de extradição presa, em liberdade ou em prisão domiciliar. A extradição pode levar um ano, segundo especialistas.
A parlamentar chorava antes de entrar na audiência. Ela vestia calça jeans e blusa cinza e estava visivelmente abatida, com os olhos cheios de lágrimas. O pai, João Hélio Salgado, 77 anos, conseguiu entrar na audiência (diferentemente da sessão anterior, no dia 1º de agosto, quando esperou do lado de fora).
Zambelli fugiu para a Itália após ser condenada a dez anos de prisão pelo STF. A decisão na Primeira Turma do Supremo foi por unanimidade (5 votos a 0), pelo caso da invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O que diz a defesa
Advogados italianos afirmam que Zambelli não deveria estar presa porque na documentação enviada pelo Brasil faltava o mandado de prisão internacional. “O que tem é um pedido de prisão de Moraes, não de prisão internacional. Nem a Interpol tem esse mandado [de prisão]. Tem somente a red notice, que é um pedido de localização [de Zambelli]”, afirmou a defesa, após a audiência de hoje.
