Leon Clarke, da Amazon, e Wilson Lima, governador do Amazonas, na COP 28 (Foto: Diego Peres / Secom)

Sem firmar acordo para repasse de recursos, Wilson Lima saiu do encontro com a promessa de voltar a reunir com a multinacional americana em janeiro e fevereiro de 2024.

O Governador do Amazonas, Wilson Lima, disse que representantes da Amazon receberam com bom humor a declaração dele afirmando que deseja cobrar a empresa pelo uso do nome da marca. Sem firmar acordo para repasse de recursos, o governador saiu do encontro com a promessa de voltar a reunir com a multinacional americana em janeiro e fevereiro de 2024.

Na semana passada, Wilson Lima afirmou que questionaria a empresa norte-americana sobre o uso do nome que, segundo ele, faz alusão à Amazônia. Em entrevista à Rede Amazônica, hoje (5), o governador, que participa da 28ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 28, em Dubai, afirmou que os representantes da empresa se divertiram com a declaração.

“Eles receberam com muito bom humor. Eu entreguei, inclusive, uma placa para eles de um artista amazonense, colocando ali ‘Amazon’, que além do nome do estado, também é o nome da empresa. São duas grandes marcas, um grande estado e uma grande empresa. Aí, embaixo, eu coloquei ‘Bora conversar? Vamos entrar em um entendimento e se ajudar?’ Eles curtiram muito e disseram interessados em avançar nessa agenda da biodiversidade do Estado do Amazonas”, contou o governador do Amazonas.
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No entanto, ao contrário do Estado do Pará – que vai receber um investimento de US$ 16,3 milhões (cerca de R$ 80,2 milhões) para o combate ao desmatamento na Amazônia brasileira – o Amazonas ainda não tem uma confirmação oficial de investimento.

Segundo Wilson Lima, os representantes da Amazon mostraram interesse em debater mais sobre a destinação de recursos do fundo Bezos Earth Fund. Ele destacou que os estudos de bioeconomia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) chamaram a atenção do grupo.

“O que eles ficaram mais interessados foi nessa parceria entre o fundo e a Universidade Estadual do Amazonas (UEA), a fim de avançar nesses estudos da bioeconomia e pesquisas”, disse o governador.

O Governo do Amazonas e os representantes da Amazon devem se reunir novamente em janeiro, no Estados Unidos, e em fevereiro, no Amazonas. A expectativa é que o investimento no Estado seja fechado nesses encontros. “Para que a gente possa avançar nessas discussões e entender como é que esse fundo pode ajudar nessa nossa agenda”, ressaltou Wilson Lima.

Cobrança pelo nome Amazon

Em entrevista à Rede Amazônica antes de ir para a COP 28, Wilson Lima disse que se reuniria com a Amazon com o objetivo de fechar parceria e que questionaria a empresa norte-americana sobre o uso da marca, o nome ‘Amazon’.

“A Amazon usa o nome do Amazonas, usa o nome da Amazônia. Quanto é que a gente ganha por isso? A gente quer saber. Esse é um dos questionamentos que a gente vai fazer lá na COP”, afirmou.

Origem do nome

Jeff Bezos, o fundador da empresa de comércio eletrônico, escolheu o nome Amazon por dois motivos, segundo reportagem do “Business Insider”:

• Ele queria uma palavra que começasse com a primeira letra do alfabeto;
• Queria que fosse com a letra “A” porque, na época, as ferramentas de busca indexavam os resultados em ordem alfabética;

Quando estava procurando por um nome para sua nova empresa na metade da década de 1990, ele foi consultar no dicionário. Quando ele viu a palavra “Amazon” (Amazonas), pensou que o nome do maior rio do planeta seria bom para o seu novo serviço, que ele queria que fosse “o maior do planeta”, segundo a reportagem. Sendo assim, o nome da gigante do comércio eletrônico se dá por conta do Rio Amazonas.

O endereço da loja virtual foi registrado em 1º de novembro de 1994.

Com informações do g1-AM