Vulcão entra em erupção e Indonésia aciona alerta máximo - Foto: X / Reprodução

O vulcão Lewotobi Laki-Laki, localizado na ilha turística de Flores, na Indonésia, entrou em erupção às 17h35 do horário local (6h35 no horário de Brasília) desta terça-feira (17), lançando uma coluna de cinzas a mais de 11 quilômetros de altura e levando o país a emitir o alerta máximo de atividade vulcânica.

O fenômeno, que não causou vítimas ou danos imediatos, ocorre após uma série de tremores e aumento na atividade interna registrados entre os dias 16 e 17 de junho, segundo o Centro de Vulcanologia e Mitigação de Desastres Geológicos (PVMBG).

O Lewotobi Laki-Laki possui 1.584 metros de altura e é gêmeo de outro vulcão, o Perempuan, mais alto e mais calmo.

A zona de exclusão de 7 quilômetros ao redor da cratera foi mantida, e pelo menos uma vila precisou ser evacuada.

O Centro Nacional de Mitigação de Desastres relatou ocorrência de chuva de cinzas em outras áreas fora da zona de exclusão e recomendou o uso de máscaras para evitar problemas respiratórios.

O chefe da agência de geologia da Indonésia, Muhammad Wafid, reforçou o alerta para possíveis fluxos de lama vulcânica, enxurradas formadas por materiais vulcânicos misturados à água, especialmente em caso de chuvas fortes.

A população foi orientada a evacuar as áreas de risco e não realizar atividades próximas ao vulcão, que já havia entrado em erupção em novembro do ano passado, resultando na morte de nove pessoas e no deslocamento de milhares.

Tremores e pressão interna indicam novas explosões

Segundo o relatório especial do PVMBG, entre os dias 16 e 17 de junho foi observado um aumento significativo nos tremores internos, com destaque para 52 eventos de sismos vulcânicos profundos, 18 tremores não harmônicos e sete sismos tectônicos.

Apenas em um intervalo de duas horas, no dia 17, foram registrados 50 tremores de origem vulcânica.

Além disso, imagens de satélite InSAR e dados de GPS e tiltímetro apontaram uma anomalia inflacionária, indicando pressão crescente no interior do vulcão, o que pode resultar em novas erupções.

Risco de fluxos de lama e explosões direcionadas

O monitoramento visual também revelou colunas de fumaça branca saindo da cratera principal e de fissuras nas laterais do cume.

A área da cratera, preenchida por lava escura desde a última erupção em maio, tem cerca de 87 mil metros quadrados e não apresentou expansão recente, o que pode indicar possibilidade de uma explosão mais intensa caso o magma encontre resistência.

A orientação oficial é para que moradores e turistas respeitem a distância mínima de 6 quilômetros do centro de erupção e fiquem atentos às informações divulgadas pelos canais oficiais, como o site Magma Indonesia e as redes sociais do órgão geológico.

O risco de explosões direcionadas também foi destacado no relatório, com possibilidade de impacto nas direções noroeste, nordeste e oeste do vulcão.

Autoridades monitoram e reforçam medidas de prevenção

O governo local segue em articulação com o posto de observação de Pululera e o PVMBG para manter o fluxo de informações e garantir medidas preventivas.

Comunidades próximas a rios como Dulipali, Nobo, Hokeng Jaya e Nurabelen correm risco de enchentes de lama em caso de chuvas intensas.

*Com informações de IG