Graziela Gonçalves, viúva de Chorão, defende que os ex-guitarristas do Charlie Brown Jr. possam se apresentar usando o nome da banda.
Para isso, ela propõe que eles façam um acordo incluindo o pagamento de “direitos artísticos” aos herdeiros do cantor — a própria Graziela e Alexandre Abrão, filho de Chorão.
“O que Graziela deseja é conversar com os músicos e, juntos, estabelecerem um contrato com o respectivo pagamento de royalties aos herdeiros”, diz ao UOL o advogado da viúva, Maurício Cury.
Os guitarristas Marcos Britto e Thiago Castanho, cofundadores do Charlie Brown Jr. brigam na Justiça com Alexandre pelo direito de usar a marca do grupo.
O filho de Chorão conseguiu o registro da marca “Charlie Brown Jr.” no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual) em 2022.
Os músicos recorreram da decisão, mas, atualmente, não têm o direito de tocar com o nome da banda.
A divisão do Chorão
O acordo de partilha dos bens de Chorão só foi fechado em 2021, oito anos após a morte dele. Graziela e Alexandre dividiram os direitos futuros de faturamento das músicas, da imagem do cantor e da marca Charlie Brown Jr.
Graziela e Alexandre ficaram, cada um, com 50% dos direitos pelo uso de imagem de Chorão. A marca Charlie Brown Jr. foi dividida no acordo em 55% para Alexandre e 45% para Graziela.

Alexandre e Graziela não são próximos: ele é fruto de um relacionamento anterior de Chorão, com a advogada Thais Lima.
A disputa dos guitarristas pelo uso da marca da banda sempre foi com Alexandre. Graziela, até agora, não havia se manifestado na Justiça ou na imprensa sobre a questão.
Como a viúva divide com Alexandre a propriedade da marca, a proposta do uso pelos guitarristas com o pagamento de royalties pode ser um caminho de conciliação.
Os herdeiros, no entanto, também estão em disputa entre si sobre a gestão e os lucros dos projetos póstumos envolvendo o cantor e a banda.
Graziela acusa Alexandre de esconder os ganhos com as marcas ligadas a Chorão e a Charlie Brown Jr. para não precisar dividir com ela.
Alexandre afirma que não fez repasses a ela, pois opera no vermelho.
Na entrevista ao UOL, o advogado de Graziela também diz que ela buscou um caminho amigável com Alexandre para não levar o caso à Justiça.
Graziela defende que os dois tenham liberdade para criar projetos sobre o cantor e a banda, desde que dividam os lucros.
Marcos Britto e Thiago Castanho afirmam que estão abertos à negociação.
