
A plataforma de streaming Globoplay, que pertence ao Grupo Globo, lançou nesta quarta-feira (30) um documentário que conta os bastidores do processo que colocou o ex-jogador Robson de Souza, conhecido como Robinho, na cadeia pelo crime de estupro. “O caso Robinho” detalha as etapas do julgamento.
Em depoimento, a mulher identificada como “Mercedes”, revelou que fazia aniversário na noite em que o crime aconteceu. Ela convidou amigas para comemorar no Sio Café, boate de Milão especialista em música brasileira. No local, Robinho e cinco amigos também estavam presentes.
“Se eu fosse me descrever, me sentia como uma música brasileira. Cheia de ritmo, cheia de alegria, cheia de luz. Digo sempre que eu estava cheia de cores. Coisa que depois se apagou. Obviamente tiraram uma parte importante de mim”, revelou a vítima.
Segundo relato de Pietro Forno, procurador de Justiça italiano e responsável pelo caso, houve um “excesso de provas” que ajudaram condenar Robinho. Stefano Ammendola, também procurador, alegou que os acusados mudaram de versão em alguns momentos.
“Nas sentenças falamos em densidade de provas. É como se tivéssemos atirado muitas flechas. A flecha da denúncia, a da interceptação, a dos registros telefônicos, a das declarações das testemunhas, a da análise do vestido, do DNA”, disse Ammendola.
O procurador Stefano Ammendola revelou que as autoridades italianas levaram em consideração a forma com que Robinho e seus amigos trataram a vítima nos áudios usados como provas.
“Os juízes valorizaram um aspecto importante, que foi o desprezo daqueles homens diante da mulher. Eles até riam dela nas interceptações e as insultavam usando termos vergonhosos”, explicou.
Robinho foi condenado pela Justiça da Itália, em três instâncias, a cumprir nove anos de prisão pelo crime. Como a Constituição Federal não permite a extradição de detentos, o Tribunal italiano pediu o cumprimento da pena em território brasileiro.
