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Durante mais de uma década, a seleção brasileira foi “Neymar e mais 10”. Mas o início do ciclo para a Copa-2026 já apresenta um novo protagonista: Vinícius Júnior.

O jogador do Real Madrid é a estrela do amistoso contra Guiné, às 16h30 de hoje (horário de Brasília), dentro e fora de campo.

A boa temporada pela equipe espanhola confere um status de craque indiscutível que Vini não tinha com Tite; e a luta do brasileiro contra o racismo é o tema central do amistoso.

O Estádio RCDE estará todo decorado com a mensagem “Com racismo não tem jogo”. O túnel dos vestiários também ganhou uma nova roupagem.

A seleção brasileira jogará o primeiro tempo com uma camiseta preta, e haverá um ato antirracista antes de a bola rolar.

Vinícius vestirá a camisa 10, que desde 2014 pertence a Neymar, na Copa do Mundo. No amistoso contra Marrocos, o número foi usado por Rodrygo.

Todo esse ambiente foi criado em decorrência dos frequentes ataques racistas sofridos por Vini Jr. na Espanha.

Ídolo em Barcelona

A condição de centro das atenções é algo que Vini Jr se acostumou no Real Madrid durante a temporada 2022-23. Mas nesta semana ele experimentou algo bem diferente: ser aplaudido e aclamado na cidade do maior rival: Barcelona.

Na capital catalã, onde já foi vaiado e sofreu insultos racistas em duelos contra o clube azul e grená, Vini teve uma semana de astro de Hollywood. Na quarta-feira, o encontro dele com jovens jogadores da base do Espanyol foi o grande momento da passagem da seleção brasileira pela cidade.

A presença de Vini Jr também atraiu uma atenção maior da imprensa. Na quinta-feira, a acanhada sala de entrevistas do CT do Espanyol estava lotada para ouvi-lo fazer um pronunciamento –foi a primeira vez que ele falou com a imprensa desde que denunciou ataques racistas de torcedores do Valencia, em 21 de maio.

É necessário ter alguém que possa seguir firme para cada vez mais diminuir. Eu quero seguir isso por todos aqueles jovens, pessoas que sofrem e não tem a voz que eu tenho. Quero seguir junto com vocês

Vini Jr.

Horas antes de se pronunciar, Vini Jr teve um encontro com Gianni Infantino, presidente da Fifa, no hotel que hospeda a seleção brasileira em Barcelona. Ele ouviu do dirigente uma proposta para liderar um grupo de jogadores que ajudará a entidade a combater o racismo no futebol.

Sucessor de Neymar

A camisa 10, a atenção do público e a condição de melhor brasileiro da temporada fazem de Vini Jr um candidato a referência na seleção. Marquinhos, um dos líderes do elenco, vê uma transição já em andamento, com uma passagem de bastão por parte de Neymar.

“Neymar não vai ser eterno na seleção, assim como outros não foram. Cada um tem sua passagem, seu legado. Transições são normais. Ficamos felizes, orgulhosos de ver que o futebol brasileiro vem continuando, vem trazendo grandes talentos e acho que é muito bom para a seleção, para nós, para o mundo e para o futebol que o Vini continue sendo esse jogador extraordinário que ele vem sendo nos últimos anos”, disse o zagueiro do PSG.

“Nós, como mais velhos de seleção, vamos estar ajudando e trazendo o melhor de cada um deles para a seleção. Vini atuando como está, Rodrygo atuando como está, são jogadores que vão ser os principais nomes da seleção brasileira”, concluiu Marquinhos.

*Com informações de Uol