A decisão do bloco de 27 países da União Europeia busca soluções para o combate ao aquecimento global (Foto: Reprodução)

Acordo proposto pelo bloco prevê que nações possam seguir queimando carvão, gás e petróleo se usarem tecnologias de captura de emissões

Ministros do Meio Ambiente de países da União Europeia aprovaram ontem (16) a posição do grupo para a COP28 (conferência da ONU sobre mudanças climáticas). Eles concordaram em pressionar por um acordo pioneiro no mundo para deixar de utilizar combustíveis fósseis que emitem CO2.

O acordo coloca o bloco de 27 países como um dos mais ambiciosos negociadores no encontro anual da Nações Unidas, onde quase 200 nações sentarão à mesa para negociar esforços de combate ao aquecimento global.

Uma decisão central poderá ser tomada caso os países presentes na cúpula, que começa no dia 30 de novembro em Dubai (Emirados Árabes Unidos), concordem pela primeira vez em eliminar gradualmente os combustíveis fósseis. A queima de carvão, petróleo e gás produz os gases apontados como a principal causa das mudanças climáticas.

Os 27 países decidiram, por unanimidade, pedir na COP28 que haja a eliminação progressiva de combustíveis fósseis “inabaláveis”, o que permitiria que nações continuassem queimando carvão, gás e petróleo se usarem tecnologias para “abater”, ou seja capturar, as emissões resultantes.

Cerca de dez países —incluindo Dinamarca, França, Alemanha, Irlanda, Holanda e Eslovênia— queriam um acordo ainda mais ambicioso, para que todos os combustíveis fósseis fossem gradualmente substituídos.

Contudo, um número similar defendeu com sucesso a redução com tecnologias de captura. Nesse grupo, estavam Bulgária, Hungria, Itália, Malta e Polônia.

“Se você ouvir todos os cientistas, é claro que precisamos gradualmente eliminar todos os combustíveis fósseis”, disse o ministro holandês do Clima, Rob Jetten.

A divisão na UE reflete as tensões globais sobre o tema. Os países que se opuseram a uma substituição gradual de todos os combustíveis fósseis são as nações mais pobres, que temem o impacto em suas economias.

Países produtores e consumidores de combustíveis fósseis também devem oferecer resistência durante a COP28.

As nações europeias também pediram que subsídios “ineficientes” a combustíveis fósseis sejam eliminados de forma gradual até 2030, e afirmaram que não há espaço para novas usinas termelétricas se o mundo quiser evitar mudanças climáticas graves.

Com informações da Folha de S.Paulo