O governo brasileiro vai participar da reunião que ocorre nos dias 5 e 6 de agosto, na Arábia Saudita, para encontrar formas que possam conduzir a guerra entre ucranianos e russos a uma negociação diplomática.
O governo de Volodymyr Zelenksy estará presente, mas os russos não foram convidados. Mesmo assim, o Kremlin já deixou claro que vai “acompanhar de perto” o evento. O presidente russo, Vladimir Putin, alertou nos últimos dias que não poderia haver qualquer negociação sobre um eventual cessar-fogo enquanto os ucranianos estivessem realizando uma ofensiva.
Em conversa com o UOL hoje, o assessor especial da presidência, Celso Amorim, confirmou que o convite foi feito a ele. O diplomata participará por videoconferência, já que o encontro ocorre praticamente às vésperas das datas da reunião da Amazônia, promovida pelo próprio governo brasileiro. Amorim, porém, explicou que o governo enviará um diplomata para Jeddah, onde ocorre a reunião.
De acordo com o embaixador brasileiro, os termos do encontro apresentados pelos anfitriões sauditas foram considerados como adequados. Não haverá uma declaração final e o encontro será informal, justamente para permitir que opções de negociações possam ser exploradas pelos países.
Cerca de 30 governos foram convidados, incluindo os membros do G7 e diversos países emergentes, entre eles o Brasil, Índia e África do Sul.
Questionado sobre qual seria a posição do Brasil no encontro, Amorim insistiu que o país “quer a paz”. “O que estamos vendo é uma situação cada vez mais perigosa”, alertou.
Segundo ele, porém, qualquer saída para a guerra terá de envolver uma negociação que inclua russos e ucranianos. A mesma mensagem foi passada ainda no primeiro semestre, quando os presidentes Volodymyr Zelensky e Luiz Inácio Lula da Silva conversaram por videoconferência. Na ocasião, Lula deixou claro que não existe um “plano de paz unilateral”.
Kiev insiste que seu plano de paz é o único com a capacidade de levar a um cessar-fogo. Mas o documento prevê a retirada completa das tropas russas de territórios ucranianos antes de qualquer conversa. Para Moscou, isso seria inaceitável e o equivalente a uma derrota.
A participação brasileira ainda ocorreu depois de o governo ucraniano ter telefonado diretamente para Amorim e insistido sobre a importância de sua participação.
Zelensky tem defendido que o Brasil ainda seja a sede de um encontro entre os países latino-americanos e os ucranianos. Mas, neste momento, o Palácio do Planalto não vê qualquer chance de isso ocorrer.
Para Amorim, uma eventual saída negociada para a guerra poderia começar com acordos humanitários.
Essa não é a primeira participação do Brasil nesse esforço internacional por uma saída pacífica para a guerra. Há dois meses, na Dinamarca, Amorim participou de um encontro similar. A reunião, naquele momento, havia sido uma iniciativa dos ucranianos, que esperavam contar com o apoio de todos para assinar uma declaração em prol de seu próprio plano de paz.
Mas o Brasil e outros países emergentes sugeriram que a declaração conjunta não fosse realizada.
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