
Em nove meses de 2023, a Prefeitura de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, arrecadou R$ 18,2 milhões líquidos com sua nova Taxa de Preservação Ambiental (TPA). Mesmo assim, a cidade segue com pontos de acúmulo de lixo em muitos locais e com sua orla principal, o Itaguá, imprópria para banho.
Instituída em fevereiro passado para taxar veículos de turistas que visitam o município —e que deixam para trás toneladas de resíduos de alimentos e bebidas trazidos de suas cidades ou adquiridos em Ubatuba—, a TPA deve recolher R$ 30 milhões ao ano.
Ubatuba tem 102 praias numa faixa litorânea de 105 km. Isso torna cara e difícil a logística com o lixo, pois todos os resíduos precisam ser recolhidos numa área extensa e sobem a serra diariamente, até um aterro em Jambeiro, a 128 km. Normalmente, entre 10 e 15 caminhões fazem o percurso todos os dias.
Mas, perto do poder público, praias como Grande, Vermelha do Centro e a popular Cedro ainda mostram acúmulo de Iixo, falta de fiscalização no trânsito (o que interrompe vias públicas) e quiosques irregulares.
Com 93 mil habitantes, Ubatuba multiplica por cinco o número de pessoas no final do ano e no verão. Moradores e turistas convivem então com muito lixo. Mas, apesar de ainda persistirem problemas, houve melhora aparente no manejo dos resíduos desde a implementação da taxa.
Os R$ 30 milhões da TPA representam mais de 4,5% do orçamento da prefeitura (R$ 645 milhões). Os valores são arrecadados a partir da identificação fotográfica de placas de veículos que passam pelas três entradas da cidade.
As diárias variam de R$ 3,50 para motos e R$ 13 para carros pequenos a R$ 92 para ônibus de turismo. Têm isenção placas de Ubatuba e de cidades vizinhas, além de moradores com licenças de outros municípios que comprovem residência.
A cidade também acaba de assinar acordo com a Fundação ISCM, organização belga sem fins lucrativos, para tentar implantar uma planta industrial de produção de hidrogênio verde.
