O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa enquanto assina ordens executivas no Salão Oval da Casa Branca, em Washington - Foto: Leah Mills / Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez críticas ao Irã e afirmou que “todo mundo deve sair imediatamente” de Teerã, em meio à escalada do conflito entre a República Islâmica e Israel.

Trump disse que o Irã deveria ter assinado o acordo proposto pelos EUA que proibia o país de possuir arma nuclear. “O Irã deveria ter assinado o acordo que eu sugeri. Que vergonha e desperdício de vida humana. É simples: o Irã não pode ter arma nuclear! Todo mundo deveria sair de Teerã imediatamente”, escreveu o republicano nas redes sociais na noite de hoje.

Republicano ordenou que a equipe do Conselho de Segurança Nacional se reúna em uma sala de situação em Washington. A informação foi repassada por um funcionário da Casa Branca à CNN Internacional. Ele não detalhou se o pedido foi imediato ou se a equipe deve aguardar a sua chegada após deixar a Cúpula do G7, no Canadá, um dia antes do previsto. O Departamento de Estado dos EUA disse que o secretário da pasta, Marco Rubio, retornará a Washington hoje à noite com Trump.

França disse que Trump propôs no G7 um cessar-fogo entre Israel e Irã. O presidente francês, Emmanuel Macron, explicou que essa seria a proposta inicial, seguida de discussões mais amplas. “Temos que ver agora se os lados seguirão”, completou.

Casa Branca propôs acordo para frear programa nuclear do Irã. A proposta pede que Teerã interrompa completamente o enriquecimento de urânio em troca da criação de um grupo regional para produzir energia nuclear, que incluiria Irã, Arábia Saudita e outros países do Oriente Médio, além dos EUA.

Teerã não aceitou o novo acordo sugerido pelos EUA. A República Islâmica mantém os trabalhos para enriquecer urânio e justifica o fato aos ataques israelenses. Para o regime, “agora o mundo entende melhor a resistência do Irã em seu direito de enriquecer urânio, possuir tecnologia nuclear e ao poder dos mísseis”.

Atualmente, o Irã mantém um acordo firmado em 2015 com potencias ocidentais que restringiu as atividades nucleares no país em troca de alívio às sanções impostas à sua economia. Em 2018, após ser eleito presidente pela primeira vez, Trump retirou os EUA do acordo de forma unilateral.

Ocidente acusa Irã de possuir bomba atômica, mas Teerã nega. O regime iraniano alega que seu programa nuclear tem fins exclusivamente civis, como a produção de energia.

Trump deixa cúpula do G7

Após recomendar a evacuação completa de Teerã, Trump anunciou sua saída da reunião da cúpula do G7. Os líderes dos EUA, Japão, Reino Unido, Canadá, Alemanha, França e Itália estão reunidos em Alberta, no Canadá, mas o presidente norte-americano vai retornar a Washington para “resolver assuntos muito importantes”, informou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.

G7 pedirá a Israel e ao Irã que desacelerem os conflitos no Oriente Médio. A carta, porém, não terá a assinatura dos EUA, conforme a Reuters.

Autoridades norte-americanas negam relatos que estão participando de ataques ao Irã. Alex Pfeiffer, porta-voz de Trump, afirmou que as declarações “não são verdadeiras” e destacou que as forças norte-americanas mantêm uma postura defensiva “e isso não mudou”. “Defenderemos os interesses americanos”, escreveu no X.

Conflito Israel x Irã

Israel e Irã estão em conflito bélico desde sexta-feira passada (13). Israel bombardeou Teerã, capital do Irã, e anunciou ataques a dezenas de instalações de mísseis no oeste do país alegando que queria “prevenir um holocausto nuclear”. O Estado judeu, porém, é o único país que, oficialmente, possui bombas nucleares no Oriente Médio.

Ao menos 240 pessoas morreram até o momento. A maioria delas, 220, está no Irã. Em Israel, o número passa de 20, segundo autoridades locais.

O exército israelense anunciou a interceptação de mísseis disparados pelo Irã no fim de semana. Sirenes de alerta de ataque aéreo soaram no norte, centro e em parte do sul de Israel. Alguns dos mísseis conseguiram atingir áreas do país, como em Haifa.

Conflito se acirrou hoje, após Israel bombardear a sede da TV estatal iraniana. Pelo menos um funcionário da IRIB (Radiodifusão da República Islâmica do Irã) morreu.

Em resposta, o Irã intensificou os bombardeios a Tel Aviv. Sirenes de alerta de ataque aéreo soaram no norte, centro e em parte do sul de Israel, e alguns mísseis conseguiram escapar das defesas aéreas israelenses.

Porta-voz da Guarda Revolucionária iraniana confirmou o início dos ataques e disse que eles vão “seguir sem interrupção até o amanhecer”. De acordo com o general Ali Mohammad Naini, esta é a nona onda de ataques do Irã contra o território israelense. “Não permitimos que o inimigo tenha um momento de paz. A operação está sendo realizada com poder esmagador e destrutivo”, acrescentou, segundo a agência de notícias Mehr.

FDI (Forças de Defesa de Israel) confirmaram a identificação de mísseis lançados pelo Irã. Por volta das 18h25 (horário de Brasília; madrugada de terça em Israel), eles comunicaram que os sistemas defensivos israelenses atuam para interceptar a ameaça e também atacam “onde necessário para eliminar a ameaça”, informou as Forças de Defesa de Israel.

Israel também pede que população se abrigue em bunkers, caso ouçam as sirenes. Eles confirmaram que o ruído foi emitido em diversas áreas do território israelense na madrugada após a identificação dos mísseis.

EUA ainda não se posicionaram enfaticamente em defesa de Israel. Aliado de Netanyahu, Trump admitiu que o país norte-americano “pode” entrar no conflito, mas não agora. A Casa Branca, porém, enviou um de seus maiores porta-aviões para o Oriente Médio, na zona de guerra entre Irã e Israel.

*Com informações de Uol