O governo do republicano Donald Trump enviou uma carta à Secretaria-geral da ONU, anunciando que suspenderá o compromisso norte-americano de destinar US$ 4 bilhões para o fundo de mudanças climáticas da organização. Essa medida decorre da decisão de Trump de abandonar o Acordo de Paris.
“O governo dos EUA cancela todas as promessas pendentes ao Fundo Verde para o Clima”, escreveu o secretário de Estado, Marco Rubio.
Os EUA se comprometeram a enviar US$ 6 bilhões ao fundo, no entanto, só haviam pago US$ 2 bilhões. Agora, o restante do valor não será repassado.
Marco Rubio também cancelou sua ida à reunião do G20, na África do Sul, que será realizada entre 20 e 21 deste mês, sob o argumento de que é contra a política de distribuição de terras do governo local.
“A África do Sul está fazendo coisas muito ruins. Expropriando a propriedade privada. Usando o G20 para promover solidariedade, igualdade e sustentabilidade. Em outras palavras: DEI [diversidade, equidade e inclusão] e mudança climática. Meu trabalho é promover os interesses nacionais dos Estados Unidos, não desperdiçar o dinheiro do contribuinte ou mimar o antiamericanismo”, disse Rubio em uma postagem no X.
Resposta da ONU
A ONU afirmou, na última semana, que recebeu uma notificação oficial do governo Trump de retirada do Acordo do Clima de Paris.
Segundo o procedimento internacional, a medida entrará em vigor apenas no dia 27 de janeiro de 2026, apesar de Trump já ter indicado que não colaborará mais com a entidade e suspenderá todos os repasses para questões ambientais.
As Nações Unidas afirmaram que a notificação foi enviada ao secretário-geral da entidade, António Guterres.
“Reafirmamos nosso compromisso ao Acordo de Paris e o apoio para limitar o aumento das temperaturas globais a 1,5 grau Celsius”, disse a ONU.
Reação brasileira
A decisão de Trump foi recebida como um golpe a todas ações que estavam sendo arquitetadas para a COP30, a Conferência do Clima que ocorre em novembro deste ano em Belém (PA).
O Fundo Verde para o Clima foi criado em 2010 para mobilizar recursos dos países ricos para projetos em todo o mundo. O Brasil tem 13 operações em curso, envolvendo US$ 440 milhões.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, criticou as decisões de Trump. “Seus primeiros anúncios vão na contramão da defesa da transição energética, do combate às mudanças climáticas e da valorização de fontes renováveis na produção de energia. São o avesso da política guiada pelas evidências trazidas pela ciência e do bom senso imposto pela realidade dos eventos climáticos extremos que ocorrem, inclusive, em seu próprio país”, disse Marina.
A ministra completou que vê “com enorme preocupação o anúncio de que o presidente pretende acabar com o Green New Deal, tirar os EUA do Acordo de Paris, retomar a indústria automotiva norte-americana sem dar prioridade para carros elétricos e valorizar o uso de combustíveis fósseis. Serão tempos desafiadores para o mundo inteiro”.
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