Javier Milei, novo presidente da Argentina, faz seu primeiro discurso após tomar possse na escadaria do Congresso Nacional, em Buenos Aires - Foto: Luis Robayo / AFP
Os maiores sindicatos de trabalhadores da Argentina deram início a uma greve maciça de 24 horas nesta quinta-feira, paralisando trens, aviões e portos em protesto contra as medidas de austeridade do governo do presidente Javier Milei.
A capital, Buenos Aires, estava tranquila na manhã de quinta-feira, embora os ônibus públicos estivessem funcionando normalmente. Os bancos e as escolas fecharam as portas, e os hospitais públicos e as agências governamentais estavam funcionando com uma equipe mínima.
Na quarta-feira, antes da greve, os trabalhadores participaram de um protesto semanal de aposentados em frente ao Congresso. Os aposentados viram seus fundos de pensão serem cortados e seus protestos terminaram em violência nas últimas semanas, quando grupos simpatizantes, como torcedores de futebol, entraram em confronto com a polícia.
“Depois dessa greve, eles terão que desligar a motosserra”, disse Rodolfo Aguiar, secretário geral do sindicato ATE Nacional, referindo-se à analogia de Milei para o corte de gastos públicos.
“Acabou, não há mais espaço para cortes”, acrescentou Aguiar.
Os sindicatos estão exigindo que o governo readmita os funcionários demitidos, reabra as negociações salariais e elimine os planos de privatização de algumas empresas públicas, entre outras medidas.
No centro de grãos de Rosário, “tudo está parado”, disse o chefe da câmara portuária, Guillermo Wade. A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, o terceiro maior exportador de milho e um dos principais fornecedores de trigo.
O sindicato de aviação APA disse que estava aderindo à greve porque “a única coisa que o governo trouxe foi uma onda de demissões em agências estatais, taxas de pobreza mais altas e dívidas internacionais, que são a maior fraude da história da Argentina”.
A APA e outros sindicatos de aviação lutaram para que os salários dos funcionários ficassem alinhados com a inflação — que, embora tenha caído sob o comando de Milei, ainda teve um aumento mensal de 2,4% em fevereiro — e se opuseram aos esforços do presidente para privatizar a empresa estatal Aerolineas Argentinas.
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