A taxa de desemprego do Brasil se manteve em 5,6% no trimestre encerrado em agosto, segundo dados apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O patamar é o mesmo registrado entre os meses de maio e julho e confirma a menor taxa registrada em toda a série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada desde 2012.
Desemprego fecha agosto no menor nível da história. O resultado apurado para o período de junho a agosto mantém a trajetória positiva do mercado de trabalho nacional e renova, pelo terceiro mês consecutivo, o menor volume de desocupados da série histórica do IBGE. No mesmo período do ano passado, a taxa era de 6,6%.
Cerca de 6,08 milhões buscam colocação profissional. Até agora, o menor nível da série histórica havia sido alcançado em dezembro de 2013 (6,1 milhões de trabalhadores procurando emprego). No mesmo período do ano passado, 7,13 milhões buscavam uma colocação profissional.
Brasil tinha 102,4 milhões de pessoas ocupadas em agosto. A evolução mantém o nível de ocupação da população em idade ativa em um patamar recorde: 58,1%. O total corresponde a uma alta de meio ponto percentual (mais 555 mil pessoas) em relação ao trimestre finalizado em maio e de 1,8 ponto percentual (mais 1,9 milhão de pessoas) frente ao mesmo período do ano passado.
Contratações em escolas públicas puxaram o recorde. William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE, observou que a queda da desocupação é resultado das contratações feitas pela rede do ensino pré-escolar e fundamental ao longo do primeiro semestre. “São trabalhadores sem carteira, com contratos de trabalho temporários”, explica. Ele destaca que o grupo cresceu 5,5% em relação ao trimestre até maio e ficou praticamente estável (alta de 0,8%) frente ao trimestre junho-agosto de 2024.
Carteira assinada bate recorde
Total de empregados no setor privado alcançou o nível recorde de 52,6 milhões. O resultado foi puxado pelo número de 39,1 milhões profissionais celetistas (excluindo trabalhadores domésticos), o maior da história, com estabilidade no trimestre e alta de 3,3% (mais 1,2 milhão de pessoas) no ano. Já o número de empregados sem carteira no setor privado (13,5 milhões) ficou estável no trimestre e recuou 3,3% (menos 464 mil pessoas) em um ano.
“O mercado de trabalho aquecido proporciona uma alteração do perfil das contratações, pois com menor disponibilidade relativa de mão de obra, as contratações somente acontecem com mais benefícios para os trabalhadores, como a carteira assinada, por exemplo.” afirmou William Kratochwill, analista da Pnad.
Número de funcionários do setor público permaneceu estável em relação ao trimestre anterior. O contingente de 12,9 milhões do segmento corresponde a um crescimento de 2,7% (mais 340 mil) na comparação com o mesmo trimestre de 2024. Entre os trabalhadores por conta própria (25,9 milhões), houve crescimento nas duas comparações.
