
A Tesla pode sair ganhando com as tarifas automotivas anunciadas pelo presidente Donald Trump nesta quarta-feira (26) —ou pelo menos sofrer menos que seus concorrentes.
A Tesla, cujo CEO Elon Musk tem desempenhado um papel de destaque no governo Trump, fabrica todos os carros que vende nos Estados Unidos na Califórnia e no Texas. Isso significa que os veículos da Tesla não estarão sujeitos a tarifas, embora a empresa ainda veja seus custos de produção aumentarem devido às tarifas sobre peças.
O utilitário esportivo Model Y e o sedã Model 3 da Tesla foram os dois veículos elétricos mais vendidos nos Estados Unidos no ano passado. Mas a empresa tem perdido participação de mercado para modelos como o Chevrolet Equinox EV da General Motors e o Mustang Mach-E da Ford.
Ambos os carros elétricos são fabricados no México e se tornarão significativamente mais caros porque têm mais peças importadas do que os carros da Tesla.
O impacto preciso é incerto porque o governo diz que qualquer conteúdo dos EUA em carros montados no México ou Canadá será isento de tarifas.
Trump disse nesta quarta-feira (26) que Musk não influenciou sua decisão de impor tarifas. “Ele nunca me pediu um favor em negócios, de forma alguma”, disse Trump na Casa Branca.
Todas as montadoras, incluindo a Tesla, importam motores, baterias, matérias-primas e outras peças de outros países. Esses componentes estarão sujeitos a tarifas, aumentando os preços de forma geral. Peças do Canadá e do México terão uma suspensão temporária das tarifas até que o governo Trump possa calcular e isentar das tarifas o conteúdo dos EUA de cada peça.
Analistas e executivos do setor ainda calculam o impacto financeiro. Mas é provável que as tarifas interrompam severamente as cadeias de suprimentos e levem a cortes na produção e demissões.
