
Márcio Kieling, conhecido por interpretar o personagem Perereca em “Malhação” (Globo), concilia a carreira artística com a de trader no mercado financeiro. Em entrevista a Splash, o ator falou como a fama de “galã” afeta as oportunidades de trabalho, a importância de buscar outras fontes de renda e o sonho de participar de uma “novela das oito”.
Eu sou rotulado como galã. E isso faz com que as minhas opções de trabalho diminuam. Eu não posso fazer um taxista? Quer dizer, a meu ver, eu posso, mas mediante o olhar do diretor ou do produtor de elenco, eu sou estereotipado como galã. Parece que não existem pessoas bonitas nessas áreas, e eu discordo.
Ele cita a atriz Carolina Dieckmann, que recentemente declarou que perdeu papéis por ser “bonita demais”, e concorda com a perspectiva da colega. Segundo o ator, essa rotulação acaba confinando os artistas em determinados padrões de personagens — mesmo que ele não queira se limitar a isso.
A trajetória no mercado financeiro
Busca por algo paralelo à carreira de ator se intensificou durante a pandemia de covid-19, que limitou as possibilidades de trabalho por causa das restrições sanitárias. Foi quando Kieling descobriu o mercado financeiro.
Eu comecei a estudar educação financeira, e vi que eu não tinha educação financeira nenhuma com 40 anos. Comecei a correr atrás disso, e fiquei fascinado. Eu jamais imaginei que eu fosse trabalhar no mercado financeiro, mas quando eu o conheci, foi amor à primeira vista.
Flexibilidade de horários tem permitido conciliar a atividade com a atuação. Ele também ressalta a importância de ser mais “racional” do que “emocional” trabalhando como trader — profissional do mercado financeiro que negocia na Bolsa de Valores.
A mudança no mercado audiovisual, que passou a adotar mais contratos por obra, afetou atores. Por isso, ter uma outra fonte de renda se tornou crucial para lidar com os períodos sem trabalho, as chamadas “entressafras”. Kieling, que conviveu com essa instabilidade por muito tempo, hoje se sente mais seguro graças à nova profissão. Ele aconselha colegas a buscar educação financeira.
Eles nunca se prepararam para esse tipo de situação. E também a questão de achar que isso vai ser para sempre. ‘Ah, peguei uma novela aqui, fiz sucesso e agora vou emendar uma novela na outra’. São poucos os que têm esse privilégio.
