A chegada do Pix revolucionou os hábitos dos brasileiros e derrubou para 6% o percentual de brasileiros que utilizam frequentemente o dinheiro físico como forma de pagamento, mostra levantamento realizado pelo Google.
Percentual de brasileiros que usam dinheiro cai de 43% para 6% em cinco anos. A variação entre 2019 e 2024 foi apresentada pela pesquisa “Pagamentos em Transformação: do Dinheiro ao Código”, realizado pelo Google. Somente na passagem de 2023 para 2024, a utilização de cédulas e moedas recuou 11 pontos percentuais.
Estudo com base na visão do consumidor justifica os resultados. Thais Melendez, líder de insights estratégicos do Google, explica que os valores condizem com a lembrança da população de ter utilizado outros meios de pagamento. “Do ponto de vista do consumidor, o dinheiro físico passou a ter um uso pontual, para ocasiões específicas. O que a gente usa mesmo no dia a dia passou a ser as transações digitais, o Pix e o cartão de crédito”, afirma ela.
Dados do BC ainda apontam para uso do dinheiro
Volume de dinheiro em circulação cresceu 13,74% em cinco anos. Dados oficiais do BC (Banco Central) mostram a evolução constante do meio circulante, que terminou o ano passado com 7,72 bilhões de cédulas nas mãos da população. Apenas em 2024, a alta foi menor, de somente 0,99% em relação ao ano anterior, mas apresenta um resultado na contramão do apresentado pelo Google.
Banco Central diz acompanhar a evolução dos hábitos da população. Em relatório realizado no ano passado, a autoridade monetária avaliou que 31,7% dos brasileiros ainda utilizam o dinheiro físico com certa frequência. O resultado é 12,5% menor do que aquele contabilizado pelo mesmo levantamento em 2021.
Metade dos brasileiros quer abandonar o dinheiro físico em cinco anos. O levantamento do BC mostrou ainda que 53,4% revelaram o interesse de abandonar totalmente o uso das cédulas físicas até 2030. Para 31,6%, a frequência de utilização será reduzida e outros 8,7% preveem a manutenção da frequência.
Protagonismo do Pix
Abandono do dinheiro físico é justificado pela ascensão do Pix. O meio de pagamentos instantâneos criado em novembro de 2020 lidera a preferência dos brasileiros. Segundo o levantamento do Google, o Pix foi utilizado por 93% dos brasileiros e representou quase metade (47%) das transações de pagamento no Brasil.
Acesso da população à rede bancária contribui para sucesso do Pix. A digitalização e a evolução do número de bancarizados durante a pandemia são lembradas por Melendez como fatores determinantes para a aceitação do sistema do BC. “O brasileiro tem computadores, celulares e acesso a outros meios digitais para realizar pagamentos, além de ser uma população muito favorável às novidades”, observa ela.
