Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

Investigado por assédio sexual, o ex-ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos e Cidadania) usou o Instagram neste sábado (15) para anunciar que vai retomar seus projetos. Ele comparou o caso que resultou na sua saída do governo como uma tentativa de matá-lo e afirmou que ‘se o morto levanta, acabou o velório’.

“Tentaram me matar, mas não conseguiram”. Silvio Almeida disse que as acusações por assédio tinham a intenção de apagar sua trajetória e as classificou como tentativa de transformá-lo em “um monstro, um homem que sempre enganou milhares de pessoas, um abusador de mulheres”.

O ex-ministro disse que o caso foi ampliado por ele ser negro. Para ele, as pessoas não disfarçaram o racismo ao afirmarem que já esperavam o caso de assédio de um homem negro. O advogado ressalta a associação da população à violência e ao descontrole.

“Para naturalizar a morte de alguém, é preciso que se crie uma figura monstruosa, não humana, que pode ser linchada sem dor na consciência”, disse Silvio Almeida, no Instagram.

Ele avalia que disputa política colocou sua militância em dúvida. Almeida ressaltou seu papel como fundador do Instituto Luiz Gama e nome à frente do movimento pró-cotas e do comitê contra o genocídio da população negra. “Fazem pressões indevidas sobre instituições de estado para me prejudicar, para me colar o perfil criminoso”, escreveu.

“Eu estou vivo, continuo indignado e não quero compaixão e nem segunda chance. Eu quero justiça”, enfatizou em postagem no Instagram.

Retomada de projetos

Volta do canal no YouTube. Ele disse que, a pedidos, está estudando para fazer um vídeo em que analisará a nova política nos Estados Unidos.

Novos livros serão publicados. Na postagem, Almeida indicou uma nova edição ampliada e revisada da publicação ‘Racismo Estrutural’, a finalização do livro ‘Estado, direito e raça no pensamento social brasileiro’ e outros três livros que estão sendo planejados neste momento.

Seguirá carreira na advocacia. O ex-ministro disse que continuará advogando em alto nível “para quem pode e para quem não pode me pagar”.

“Eu vou continuar escrevendo. Eu vou continuar falando. Eu vou continuar acreditando que esse país tem jeito”, segue o ex-ministro, no Instagram.

Demissão do governo

Sílvio Almeida foi demitido após o caso de assédio sexual. A exoneração foi assinada pelo presidente Lula no dia 6 de setembro do ano passado. “O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações”, destacou o comunicado da Presidência.

Acusações se tornaram públicas pela ONG Me Too. A denúncia feita de forma anônima se tornou pública após o nome da ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) aparecer como uma das denunciantes. Ela confirmou a colegas da Esplanada que havia sido vítima de importunação sexual.

Com informações do Uol