Volkswagen Polo Track é o automóvel mais vendido no Brasil - Foto: Divulgação / Volkswagen

O mercado automotivo brasileiro registrou crescimento de 7,97% no acumulado de janeiro a maio de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado.

No total, foram emplacadas 1.930.103 unidades no período, número que consolida uma tendência de recuperação frente aos desafios macroeconômicos.

Os dados são do balanço divulgado pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Os resultados positivos, no entanto, não se estenderam a todos os segmentos.

Caminhões e implementos rodoviários apresentaram retrações, contrastando com o avanço expressivo de ônibus, comerciais leves e motocicletas.

“O fato de termos tido volume de dias úteis maior em 2024, na mesma base comparativa com 2025, mostra que estamos em um movimento positivo. Mas alguns fatores estão preocupando e podem comprometer as projeções da Fenabrave, ao longo deste ano”, alerta Arcelio Junior, presidente da federação.

Dados revelam disparidades entre os segmentos

De acordo com o levantamento, em maio, o setor cresceu 6,76% em relação a abril e avançou 16,48% na comparação com maio de 2024.

Os ônibus e as motocicletas lideraram o desempenho, com alta de 43,49% e 17,55%, respectivamente, no comparativo anual.

Na sequência, aparecem os automóveis e comerciais leves, que somaram expansão de 17,05% no mesmo período.

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O segmento de caminhões encerrou maio com queda de 5,01% sobre igual mês de 2024. Implementos rodoviários sofreram retração ainda mais severa, acumulando redução de 13,12% no mesmo intervalo.

Cenário macroeconômico impõe desafios

A recente elevação da taxa Selic para 14,75% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas, além do aumento do IOF, tende a impactar diretamente as condições de financiamento de veículos.

“O desempenho do mercado automotivo, em maio, foi positivo, mesmo diante de um cenário macroeconômico nacional desafiador”, avaliou Arcelio Junior.

Apesar dos obstáculos, alguns indicadores econômicos oferecem suporte ao crescimento do setor.

O avanço do PIB no primeiro trimestre, impulsionado especialmente pelo agronegócio, além da desaceleração da inflação, contribuem para sustentar parte da demanda, afirma Arcelio

A Fenabrave mantém cautela nas projeções para os próximos meses. A combinação de taxas de juros elevadas, crédito mais restrito e possíveis mudanças na política fiscal pode moderar o ritmo de crescimento observado até aqui.

*Com informações de IG