
José, também conhecido como Asa Branca, ingressou no curso de zootecnia em 2013, quando já estava aposentado como vacinador animal da Secretaria de Agricultura de Alagoas.
Em 2018, concluiu as disciplinas e ficou apenas fazendo o TCC (trabalho de conclusão de curso). Em 2020, quando finalmente iria se formar, veio a pandemia.
Desde aquela época até o ano passado, as formaturas ocorriam de maneira virtual, e ele preferiu esperar. “Eu quis esperar para fazer presencial, todo mundo junto.”
Para a solenidade do dia 29, José levou a esposa Maria, os três filhos e Mariah, uma de suas 4 netas (fora um neto). “Só a gente sabe o que ele passou para conseguir chegar até aqui”, contou Maria.
Viagem diária de 100 km
Para estudar, José enfrentava diariamente uma viagem de cerca de uma hora, entre seu município de Batalha até Santana do Ipanema. Eram cerca de 50 km de distância de sua casa, em batalha, até a Uneal em Santana do Ipanema —trajeto que ele fazia em um carro próprio.
Eu ia todos os dias úteis, de segunda a sexta, até mesmo o sábado tinha alguns que tinham aula.
Foram cinco anos de estudo das disciplinas, para finalmente chegar ao TCC, que ele fez questão de fazer em uma área de interesse coletiva do produtor sertanejo. “Fiz o projeto de melhoria em forragem, que é alimentação para vaca-leiteira”, conta.
Professor e orientador de José Soares, José Crisólogo de Sales Silva, contou ao UOL que José foi um aluno exemplo, que era um incentivador da turma.
“Ele sempre tinha exemplos de vida para citar, sempre se colocou à disposição para contactar os fazendeiros para aulas práticas e estágio.” lembrou José Crisólogo de Sales Silva
O tema exato do TCC de José foi “influência do estágio de lactação na composição do leite de vacas mestiças de girolando no semiárido alagoano.” Durante esse período, José visitou laticínios na região para colher informações e finalizou o trabalho com nota 10 na apresentação.
