Foto: Pedro França / Agência Senado

Durante a sabatina realizada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União-PR) e o advogado criminalista Cristiano Zanin – indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Supremo Tribunal Federal (STF) -, se encontraram novamente após os confrontos protagonizados durante a Operação Lava Jato.

No decorrer da sessão, Moro se destacou ao apresentar o maior número de perguntas. Ao todo, o parlamentar apresentou 14 questionamentos.

Entre as perguntas, ele solicitou a Zanin que fornecesse mais detalhes sobre sua relação com o presidente Lula.

O parlamentar também indagou sobre a contratação de investigados na Operação Lava Jato, além de perguntar a Zanin se ele se declararia suspeito em casos relacionados à operação.

Apesar dos inúmeros questionamentos, Moro fez questão de enfatizar que não possui “nenhum problema pessoal” com Zanin

“Faria perguntas qualquer que fosse o presidente, qualquer que fosse o indicado, não tem nenhuma questão pessoal envolvida. Gostaria de ouvi-lo sobre sua relação com o presidente, vi que o senhor foi padrinho de casamento. Queria saber se há relação além do trabalho protocolar”, disse

Essa foi a primeira vez em que Moro e Zanin se encontraram pessoalmente desde a operação Lava-Jato. O advogado foi o responsável por impetrar o habeas corpus que resultou na anulação das sentenças que condenaram o ex-presidente na época.

O que disse Zanin

Zanin, em resposta a Moro, disse que teve uma convivência mais próxima com Lula durante o período em que atuou como seu advogado. Além disso, o advogado mencionou que teve apenas um encontro recente com o ex-presidente, quando foi informado de que seria indicado para uma vaga no STF.

“Não fui padrinho do casamento do presidente e prezo muito essa relação, assim como a relação que tenho com outras pessoas deste Senado”, afirmou.

Quando questionado sobre seu impedimento de atuar em processos da Lava Jato como ministro do STF, Zanin ressaltou que, de acordo com as normas estabelecidas, ele não poderia lidar com casos nos quais já atuou como advogado.

No entanto, ele não descartou a possibilidade de participar de julgamentos de futuras ações relacionadas à operação. “Não acredito que o simples fato de colocar uma etiqueta no processo, indicar o nome Lava Jato, possa ser um critério para aquilatar a suspeição ou o impedimento”, completou.

*Com informações de Terra