Gustavo Scarpa – Foto: Pedro Souza / Atlético

A luta de Gustavo Scarpa para conseguir recuperar os mais de R$ 6 milhões investidos na empresa de criptomoedas do atacante Willian Bigode, seu ex-companheiro de Palmeiras, continua. O meia do Atlético-MG garante: quer recuperar todo o dinheiro e estipula um prazo de até seis meses para isso.

A briga na Justiça sobre o caso rendeu memes na internet e virou motivo de provocações de torcedores rivais contra Scarpa. Em entrevista o meia diz que as brincadeiras são sempre bem-vindas e trazem luz à tona do caso, que também tem o lateral-direito Mayke, do Palmeiras, contra o atacante.

“Eu acho legal (provocação de torcedores rivais), é bom deixar falar bastante sobre esse caso. Eu acho que é necessário falar porque é meio injusto o cara cometer o erro que cometeu e não pagar por isso, então é sempre bom poder fomentar esse assunto para que eu recupere a minha grana, mas até agora nada. Se Deus quiser até o meio do ano que vem eu acho que dá para recuperar. A ideia é recuperar tudo, é torcer para a parte burocrática ser resolvida logo, mas tenho certeza que vai caminhar para um desfecho positivo” afirmou Gustavo Scarpa

Apesar da busca constante em recuperar o alto investimento, Scarpa, como sempre, busca deixar mais leve a situação e ainda brinca: dinheiro já perdeu, mas a paz…

Se eu pegar ar o que eu posso fazer? (Cair em pilha de torcedores) Só vai fazer mal para mim, é a vitória do cara para me desestabilizar. E outra, já perdi dinheiro, se eu perder a paz ainda eu estou lascado (risos)

‘Tento ser uma referência dentro e fora de campo’

Sonhos são feitos para serem realizados, e Gustavo Scarpa tem colocado em prática isso. O meia inaugurou, na última semana, em Hortolândia, no interior de São Paulo, onde cresceu e tem família até hoje, uma pista de skate que leva seu nome.

As obras começaram no fim de setembro de 2022 e foram finalizadas agora em dezembro. O meia investiu cerca de R$ 2 milhões de recursos próprios na construção.

Scarpa vê sua fé como um ponto de força para alcançar voos maiores e se tornar um exemplo dentro e fora de campo. O meia não esconde a felicidade ao ajudar e ver o resultados aparecerem.

Willian Bigode – Foto: Raul Baretta / Santos FC

“É a pista de skate Gustavo Scarpa. Estava andando ali e o pessoal até esperava quando chegava a primeira vez, todo mundo saía (risos), me senti honrado, é um baita de um sonho, poder chegar aqui com essa pista desse tamanho com tanta gente, com tanta skatista fera, amigos, conhecidos, é muito gratificante, e para cidade também, tem muita gente que nem anda de skate veio apenas para para ver o evento, então é gratificante poder proporcionar algo desse tamanho”.

“Eu sou muito grato a Deus por tudo que eu tenho, por todos os momentos que eu passo na vida profissional e pessoal. Eu me converti ao cristianismo com 17 para 18 anos e sem dúvida nenhuma foi um divisor de águas na minha vida. Eu tento ser uma referência dentro e fora de campo”.

Derrota na final da Libertadores

Scarpa classificou a derrota na final da Libertadores para o Botafogo como ‘inadmissível’. O Galo teve um jogador a mais desde o primeiro minuto de jogo, após Gregore, do Glorioso, ser expulso.

“Falhamos de uma forma que não poderia falhar, jogamos com um jogador a mais na final de libertadores e foi uma derrota inadmissível. Todo mundo ficou incrédulo com o que aconteceu, mas tem que levantar e seguir em frente”.

Para o elenco do Galo, tudo foi muito rápido. Foram três baques num curto espaço de tempo: a perda dos títulos da Copa do Brasil e Libertadores e a possibilidade de queda no Brasileirão.

O meia disse que nunca tinha passada por um momento assim, afinal, o Galo estava em duas finais e com chances de título, mas tudo foi por água abaixo e, após o término do Brasileirão, terminou com a demissão do técnico Milito.

“Foi a primeira vez que eu vi um momento assim, de perder uma final de Copa do Brasil e já tem uma Final de Libertadores para jogar, perder também e de repente estar brigando para não ser rebaixado até o último minuto. Foi tudo muito rápido e a gente não teve tempo para para ficar lamentando. De certa forma isso pode ter sido bom, acho que se tivesse mais algumas rodadas, a gente correria um risco um risco maior de ser rebaixado, porque a parte psicológica acaba influenciando bastante. A gente tem que tentar se adaptar porque lá na frente ninguém quer saber o porquê que perdeu, o porquê que aconteceu isso as pessoas querem resultados e nós mesmos também”.

Fora de posição?

Origem como meia, adaptado para ponta. Durante os últimos anos de carreira, Gustavo Scarpa tem atuado mais aberto pela direita, como uma espécie de ponta, algo que, apesar do sucesso com gols e assistências, não é totalmente do seu agrado.

Gustavo Scarpa diz que prefere jogar centralizado, como um camisa 10, e evita conectar a reta final de temporada conturbada da equipe ao seu posicionamento dentro de campo. Nas boas e nas ruins, ele afirma: está ali para ajudar o Galo, independente de onde estiver atuando nas quatro linhas.

Gustavo Scarpa – Foto: Pedro Souza / Atlético

“Com Milito, Felipão e Abel, todos eles sabiam da minha posição de origem, porém todos viam em mim potencial para jogar em outras posições e confiavam em mim para jogar em outras posições. Eu não posso de forma alguma agora que as coisas começaram a dar errado a falar de posição, porque no nosso melhor momento durante o ano, eu também estava jogando de ponta direita. Então como eu sempre digo, estou aqui para ajudar o Galo no que precisam. A minha função de origem o pessoal sabe que é mais pelo meio, porém, se o treinador está me colocando de ponta e eu estou rendendo vida que segue”.

O susto e alívio

“Demais (desespero sobre possível rebaixamento), pelo menos para mim, mas eu não externava, porque da mesma forma que as palavras positivas que eu externava e tentava fazer a minha parte ali, a palavra negativa também vai impactando. Então eu fiquei com muito receio de ser baixado, tanto que no lance do do pênalti contra o Athletico, acho que dois minutos antes o Pablo cabeceia uma bola na trave e ali se faz o gol a gente tava caindo”.

O Atlético-MG entrou na última rodada do Campeonato Brasileiro ainda com chances de rebaixamento. Se Fluminense, Red Bull Bragantino e Athletico ganhassem, o Galo cairia. O desespero tomou conta de Scarpa, que viu a possibilidade do final de ano do clube mineiro terminar da pior maneira possível.

O Galo ganhou do Athletico, conseguiu vaga na próxima sul-americana, mas para Scarpa, sem muito a comemorar. A missão foi cumprida ao final de tudo, apesar do medo persistir até os minutos finais.

“De repente a gente tem o pênalti, faz o gol e ganha o jogo. Terminamos o ano sem muito o que comemorar. Ganhamos do paranaense, mas não tinha nem que comemorar, foi mais um alívio por não ter sido rebaixado, mas deu um pouquinho de medo”.

*Com informações de Uol